Que a política paranaense não é para principiantes até as pedras do centro cívico estão cansadas de saber, por isso algumas das principais figuras do cenário eleitoral local não cansam de se inventar e reinventar.
Este é o caso de Marcelo Cattani, que mantém bons amigos nesta lida deste os tempos em que assessorava a Inepar (que teve problemas e precisou explicar algumas notas fiscais e doações para a campanha de Lerner), amizades que foram cultivadas e se ampliaram com o apoio do mentor Deonilson Roldo, de quem sempre foi o braço direito nas gestões de Beto Richa.
É inegável a importância dele no cenário político do Paraná e da capital, afinal, esteve ativo e próximo a grandes atores como Beto Richa, Luciano Ducci, Rafael Greca, Fernando Francischini… Esteve, porém não permaneceu.
Conhecido por ser bom de campanha, mas ruim de governo (alguns atribuem isso a sua personalidade, que muitas vezes tentaria brilhar mais que seus assessorados), conseguiu se reinventar nesta ultima eleição ao apoiar, mentorar e criar “do zero”, como dizem, o político Sergio Moro, eleito senador.
Justamente depois deste êxito é que tem girado anseios sobre os próximos passos deste lustroso consultor. A duvida é, como será essa relação? Pois sempre esteve habituado a atuar com políticos profissionais, cuja máquina partidária e de financiamento, fizeram um diferencial na disputa, fato inverso na estrutura do ex-juiz, que tem um grupo diminuto ao seu lado e um imenso pudor em receber recursos e patrocínios.
Cattani saberá lidar com essa limitação financeira? Como se dará a relação com a classe política mais ampla? Seguirá renegando seu antigo padrinho Deonilson (que foi levado à justiça por Sergio Moro)? Ou irá voltar as antigas amizades e parcerias quando a oportunidade surgir?
Estes são alguns dos dilemas que deverá enfrentar o Guru mais famoso da política nativa. Moro, por sua vez, sobreviverá politicamente sem o Grilo Falante por perto? Isso, só o tempo nos dirá.