Curitiba vai começar a testar um ônibus 100% movido a gás natural a partir de segunda-feira (17), na linha Cabral/Portão – o veículo será utilizado por 30 dias. A linha transporta 10 mil pessoas por dia útil, com uma frota de 12 veículos que percorrem 26 quilômetros de itinerário. O ônibus a gás se somará a essa frota e vai funcionar entre os horários dos ônibus convencionais.
“A ideia, com esses ônibus a gás, é conquistar a eficiência energética, um transporte inteligente e seguro com combustíveis renováveis até chegarmos à completa renovação da nossa frota com eletrificação. Essa solução é mais imediata, é feita em casa, usa o gás da Compagas”, afirmou o prefeito Rafael Greca na apresentação do veículo nesta quinta-feira (13), juntamente com o presidente da Compagas (Companhia Paranaense de Gás), Rafael Lamastra Júnior, e o presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto
A iniciativa do ônibus movido a gás se junta aos testes de ônibus elétricos que começaram no ano passado e fazem parte do Programa de Mobilidade Urbana Sustentável de Curitiba para reduzir a emissão de gases do efeito estufa. Os projetos do Inter 2 e do Ligeirão Leste-Oeste estão dentro da busca por uma mobilidade menos poluente.
O ônibus movido 100% a gás, da fabricante Scania, já vinha sendo testado desde o dia 3 de março na Região Metropolitana de Curitiba. “Escolhemos uma linha com grande movimento para esse teste que permitirá que a Urbs verifique indicadores de eficiência do modelo movido a gás natural e também a redução de poluentes”, diz Maia Neto.
Segundo a Compagas, o gás natural, mesmo sendo de origem fóssil, é menos poluente que os combustíveis líquidos em razão de sua queima mais limpa, com menos fuligem e menor geração de dióxido de carbono (CO2), um dos principais gases de efeito estufa (GEE). Em comparação com o diesel, o veículo movido a gás natural pode emitir até 20% menos CO2. Já a redução de óxidos de nitrogênio (NOx) é de quase 90% e a de material particulado (partículas muito finas de sólidos ou líquidos poluentes) chega a 85%.
Lamastra lembra que o uso do GNV em veículos do transporte coletivo e de cargas é uma realidade em diversas cidades do mundo, como Madri (Espanha), Los Angeles (Estados Unidos) e Bogotá (Colômbia). “A substituição de veículos movidos a diesel por gás natural contribui não apenas com o meio ambiente e com a saúde da população, mas também com a economia, visto a menor dependência do diesel importado, proporcionando um melhor custo operacional para frotas e empresas”, confirma.
O modelo fabricado pela Scania é o padron K 280, com 14 metros de comprimento e capacidade para 86 passageiros. O ônibus é equipado com elevador para acessibilidade e espaço interno para cadeirantes.