Loucura Seletiva – Parte 2 – Por Guilherme Rangel

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Infelizmente volto a abordar o tema de violência nas escolas… segunda-feira tivemos o segundo caso em 5 anos no Estado do Paraná de agressor ativo em uma escola (o outro caso foi em Medianeira em 2018, com dois feridos), na cidade de Cambé. Mas, dessa vez, houve o triste desfecho de dois assassinatos, dois adolescentes inocentes que foram mortos por um covarde, apoiado por outros covardes inconsequentes.

Mais uma vez, boa parte da imprensa questiona as forças de segurança sobre o fato e como prevenir outras lastimáveis ocorrências dessa natureza. E a triste realidade é que a Polícia vem perdendo espaço, força, respeito, respaldo e estrutura ao longo das últimas décadas… todos cobram uma ação policial quando ocorre um delito, mas ninguém se lembra de como as instituições de segurança pública tem sofrido com o descaso da sociedade.

A Polícia não pode sequer abordar uma pessoa na rua (tema para outro texto), um veículo em via pública, cada vez mais vemos pessoas reagirem às prisões ou intervenções dos policiais e guardas municipais, tentando tomar suas armas, arremessando pedras, atirando, ofendendo, filmando em vez de tentar ajudar um profissional que arrisca sua vida pelos outros.

Enfim, como podemos nos prevenir das pessoas que sofrem da “loucura seletiva” (sujeitos que atacam vítimas indefesas, como crianças em escolas, pessoas no cinema, famílias no parque, e alegam que estavam com algum tipo de distúrbio mental, mas sempre para a prática de atos repletos de maldade)??

Com inteligência policial, trabalho de prevenção, ferramentas de acompanhamento de redes sociais, monitoramento de deepweb, câmeras dotadas de tecnologia com reconhecimento facial e reconhecimento de objetos, integração dos bancos de dados, limitações físicas/arquitetônicas nas escolas, criação de protocolos para os envolvidos (fugir, esconder, lutar) e treinamento de todos (professores, alunos etc)

Óbvio que um sujeito que planeja um ataque a uma escola (ou a qualquer outra instituição), vê vídeos em aplicativos, busca informações na internet, comenta com alguém, ou seja, deixa algum rastro… o problema é que as limitações impostas pelos tribunais superiores e pela legislação praticamente impedem a Polícia de fazer isso, não se pode usar de ferramentas e soluções existentes no mercado e utilizadas em outros países… enquanto isso, a população fica cada vez mais acuada ao passo que os criminosos tem mais direitos e garantias.

Por: Delegado Guilherme Rangel

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