Curitiba é a primeira cidade do Brasil a receber o espetáculo “Vírgula”, do projeto Brasil sem Ponto Final

0

Duas apresentações do espetáculo Vírgula e uma oficina ministrada pela companhia Cia Gente, do Rio de Janeiro, marcam a estreia do projeto nacional Brasil sem Ponto Final, em Curitiba. patrocinado pelo Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura e GOVERNO FEDERAL União e Reconstrução.

Interpretados pela Cia Gente e coordenados pela Zuza Zapata Arte e Produção, os espetáculos do projeto são escritos e dirigidos pelo dramaturgo e antropólogo Paulo Emílio Azevedo.

O primeiro a ser apresentado é o premiado “Vírgula”. Vencedor do Prêmio FUNARJ e FOCA, o espetáculo teve sua estreia no ano passado depois um longo ciclo de produção criativa e pela primeira vez chega à capital paranaense.

De autoria do dramaturgo Paulo Emílio Azevedo, a peça inaugura sua terceira fase de investigação cênica (primeiramente a “queda” e, depois, o “desequilíbrio”), através da célula criativa que o diretor chamou de “pausa”.

“O texto e o próprio espetáculo nasceram das nossas experiências. Há textos que não estão em palavras, há textos em libras. Há diversas formas de expressões que cada um vai poder interpretar de um jeito”, revela

O diretor ressalta que as pessoas têm capacidade de leituras diferentes, uma característica que interfere na apresentação e em como as pessoas encaram um espetáculo que fala de dentro para fora, de fora para dentro, que toca e que provoca.

Por trás de “Virgula”, existe um processo criativo extenso e imagético que traduz o trabalho do diretor. Ele conta que costuma trabalhar em ciclos e “Vírgula” integra esse movimento desde o final da década de 1990, quando ele sofreu um acidente de carro e ficou dois anos sem andar.

Da experiência própria (e da dos artistas) surgem os movimentos que questionam a correria, a queda, a lentidão e até mesmo a pausa, que também é uma vírgula.

“Pausar é construir uma dinâmica em que o corpo passa a ser agente do seu destino. Pausar não é necessariamente ficar parado”, diz

No espetáculo, observa-se uma experiência sobre o “tempo”; de se fazer e agir por meio de pausas, sendo as mesmas (r)existência, contraponto ou desobediência à correria estabelecida pela tecnologia – sendo esta tudo aquilo que faz com que o corpo se submeta a uma velocidade que não lhe é própria.

“Vírgula (,) é essa breve respiração que se faz no entre do texto, nas curvas, no ventre da frase, no colo do movimento; no seio da vida”, conta o diretor.

No espetáculo, nove personagens (referência implícita aos nove círculos do inferno da “Divina Comédia”) dialogam entre gestos, movimentos e textos performáticos para fazer nascer uma ode à lentidão.

Depois de Curitiba, o projeto entrará em circulação pelas cinco regiões brasileiras, ocupando 11 (onze) capitais/Estados brasileiros, nas seguintes cidades: Porto Alegre, Belém, Manaus, São Luís, João Pessoa, Campo Grande, Brasília, Vitória, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

Sobre o diretor

Paulo Emílio Azevedo é Professor, Pós Doutor em Políticas Sociais e Doutor em Ciências Sociais com especialização em Antropologia do Corpo e Cartografia da Palavra é natural de Macaé (RJ). Criador no campo das artes cênicas, dramaturgo, escritor e consultor na área de Educação e Cultura, cuja pesquisa tem por objetivo refletir sobre outras formas de comunicação aos diversos protagonismos e redes de sociabilidade na sociedade contemporânea.

Seu trabalho aparece bem ilustrado pelo processo criativo, conceitual e de gestão; onde tal experiência destaca a capacidade de unir teoria e prática como lugares de conversação, cabendo sublinhar as ações que se desdobram no espaço urbano, na capacitação de estudantes e educadores, na formação de intérpretes/performers/atores e nos trabalhos realizados diretamente com o público juvenil.

Recebeu diversos prêmios, entre eles “FOCA” através da Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro (2011); “Prêmio FUNARJ de Dança” (2021); “Rumos Educação, Cultura e Arte” (2008/10) através do Instituto Itaú Cultural
Participou da FLIP Paraty/RJ, em 2017 integrou o grupo de escritores na Printemps Littéraire Brésilien/Paris Sorbonne Université e em 2018 representou o país na Journée d’Etudes Cultures, arts et littératures périphériques dans les Amériques: une approche transnationale de la production, la circulation et la réception em Lyon (França).

Em sua principal pesquisa na Literatura está o reconhecimento do método Reestruturalismo. Quanto ao processo criativo quatro conceitos atravessam sua metodologia de trabalho, aquilo que o próprio denominou de 4D: desequilíbrio, desobediência, desconstrução e deformação – um aprofundamento sobre os mesmos pode ser mais bem observado na plataforma da Cia Gente.

É o mentor da Fundação Paz e tem vinte livros publicados.

Ficha técnica
Criação e direção: Paulo Emílio Azevedo
Assistente de direção/ensaiadora: Paula Lopes
Direção técnica, trilha e Iluminação: Filipe Itagiba
Figurinistas: Isa Czar e João Alves
Produção Executiva: Flávia Menezes
Produção Local Curitiba: Marcelo Guerra
Coordenação e Gestão: Zuza Zapata
Intérpretes-criadores: Amanda Oli, Isa Czar, João Vitor, Bruno Duarte, Margot, Rafael Fernandes, Salasar Jr, Sarah Melissa e Vinícius Pitbull

Serviço:
Espetáculo: VÍRGULA: opus n°1
Data: 19/08 (sáb) – 20h Apresentação do espetáculo, seguida de bate – papo com o diretor e intérpretes.
20/08 (dom) – 19h Apresentação do resultado da oficina / seguida da Apresentação do espetáculo.
Duração: 70min
Classificação indicativa: 14 anos

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui