Chuvas e altas temperaturas: Os efeitos no turismo e na mão de obra

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Instabilidade climática traz do prejuízo ao lucro, euforia a preocupação; Prevenção é palavra de ordem aos empresários de diversos segmentos, especialmente do turismo

Por Fábio Aguayo

O clima e as mudanças repentinas na temperaturas ganharam destaque no dia a dia dos brasileiros que acompanharam recentemente uma onda de chuvas transformando o mês de outubro no de maior prejuízo e queda de faturamento de 40% em praticamente todos os setores. Novembro começou com uma nova onda inversa de calor trazendo alegria e preocupação e uma estimava de crescimento de 30% no movimento. Infelizmente, depois do solzão, vem a tempestade.

A Feturismo e a Abrabar, entidades filiadas à Confederação Nacional do turismo (CNTur) e que representam empresas do setor dos meios de hospedagem, parques aquáticos, gastronomia, entretenimento e eventos, acompanham atentamente esta verdadeira gangorra climática de intempéries. As situações adversas vão de norte a sul do Brasil, especialmente em alguns estados que tradicionalmente passavam alheios a interferência da natureza.

Em São Paulo, os prejuízos causados pela chuva chegam a casa de meio bilhão de reais, segundo estimativa da FHORESP, entidade filiada a CNTur. Tudo motivado pelas chuvas de um dia e falta de preparo da companhia de energia do estado. No Paraná não foi diferente e diversas regiões ficaram embaixo da água em outubro, gerando milhões de prejuízos a diversos setores, especialmente ao nosso.

Os setores de turismo, gastronomia e de entretenimento se prepararam agora para os eventos de fim de ano. A lista inclui confraternizações e festas, especialmente nos feriados prolongados, onde todos obviamente esperam lucro suficiente para deixar no passado os prejuízos da pandemia.

Infelizmente, o que está ocorrendo agora é um novo pesadelo e muitos estão contabilizando prejuízos e novas contas inesperadas para voltar as atividades. Nesta cadeia, quem sofre mais são os microempresários e pequenos empreendedores com grandes perdas e sem fluxo de caixa ou reservas.

Calor, movimento forte e preocupação

De acordo com estimativas de especialistas do Inmet, a onda de calor vai atingir no mínimo 1500 municípios brasileiros, o que nos leva a concluir que nos próximos dias e meses viveremos uma gangorra de superaquecimento e altas temperaturas, especialmente nos grandes centros, locais de grande concretagens e poucos espaços verdes. O último final de semana em vários estados deu uma pequena amostra do que vem pela frente.

Pelo menos 12 estados, incluindo todos do sudeste e sul, mais alguns do norte e centro-oeste, enfrentaram grandes testes daqui para a frente, afinal, o verão europeu e do hemisfério norte soube das consequências. Neste período de intenso calor durante o dia, as pessoas precisam redobrar a atenção em duas frentes, a primeira é a prevenção com protetores e filtros solares, aliados ao alto consumo de agua e sucos, o que ajuda as lanchonetes e lojas de conveniência.

Em função disso, é necessário não subestimar o clima e tomar bastante cuidado com o sol, grande fator de precaução. Quando à noite chega, as pessoas fazem outra solução de relacionamento social, estimuladas pelo calor, que é aproveitar os bares, quiosques, restaurantes e lounges, aproveitando não só para curtir, mas fazendo girar a economia, incrementado em até 30%, na venda de coquetéis, drinks, cervejas, vinhos brancos e destilados.

Preocupação

O cuidado expresso pelas entidade com as altas temperaturas não visa somente os clientes, colaboradores e empresários do setor e que em alguns casos não tem poder aquisitivo para adquirir produtos de proteção. Um levantamento recente promovido pela Abrabar e Feturismo junto as Secretarias de Estado da Saúde e de Curitiba, buscou dados referente as políticas públicas de atendimento ou fornecimento gratuito de protetor solar aos cidadão de baixa renda.

A preocupação é especificamente com as pessoas vítimas de queimaduras, com lúpus eritematoso, câncer de pele, vitiligo e albinismo ou pessoas que não tem vínculo empregatício formalizado em CLT. Atualmente, com a onda crescente da informalidade, seja através de ambulantes que crescem em dias quentes e no verão nas esquinas, rodovias e praias, inclusive trabalhadores de plataformas de mobilidade de entregas.

“Esperamos e sugerimos que os gestores e legisladores do estado tomem a iniciativa de obrigar o fornecimento aos cidadãos que se enquadram em situação de vítimas de queimaduras, pessoas com lúpus eritematoso, câncer de pele, vitiligo e albinismo ou pessoas que não tem vínculo empregatício formalizado em CLT, incluídas as de baixa renda.

Legislação

De acordo com o levantamento, hoje dois municípios do Sul dão exemplo positivo de prevenção e medidas que possam ajudar a prevenir e evitar as doenças de pele Um deles fica no Paraná. É a cidade de Apucarana, que aprovou lei específica do assunto: https://sapl.apucarana.pr.leg.br/media/sapl/public/materialegislativa/2023/21518/pl61-23.pdf

Em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, o poder público fornece este tipo de produto gratuitamente desde 2016 (https://caxias.rs.gov.br/noticias/2016/01/protetores-solares-sao-disponibilizados-a-populacao-na-farmacia-especializada). Já na esfera federal, o Congresso Nacional recentemente aprovou e foi sancionada a lei Lei nº 14.539 de 31/03/2023, que institui a Campanha Nacional de Prevenção da Exposição Indevida ao Sol (https://legis.senado.leg.br/norma/36936857/publicacao/36938375).

O município de Curitiba não tem politica ou projeto de fornecer gratuitamente produto de proteção solar aos cidadão incluídos em doenças de pele ou baixa renda, já Secretaria Estadual de Saúde ainda não nos respondeu ao questionamento.

Fábio Aguayo é presidente da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) e diretor da Federação das Empresas de Hospedagem, Gastronomia, Entretenimento e Similares (Feturismo)

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