Apesar da decisão do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) de suspender a greve dos professores do Paraná, centenas de profissionais da educação cruzaram os braços e deram início à paralisação nesta segunda-feira (3).
A concentração dos professores acontece em frente à Universidade Federal do Paraná (UFPR), na Praça Santos Andrade, e deve seguir em passeata pelas principais ruas de Curitiba para chamar a atenção para as reivindicações da categoria.
Em movimento liderado pela APP-Sindicato, a greve dos professores do Paraná contraria a decisão da desembargadora Dilmari Helena Kessler, do TJPR. A magistrada determinou que a categoria não poderia cruzar os braços até apresentar um plano de manutenção das atividades educacionais. A desembargadora ainda determinou multa de R$ 10 mil por dia de greve.
A ação cível pedindo a suspensão do movimento foi ajuizada pela Procuradoria-Geral do Estado. “Essa decisão reflete a ilegalidade da greve e que o Estado do Paraná vai continuar entregando a melhor educação deste país”, diz o procurador-geral do Estado, Luciano Borges.
Pais devem levar filhos às escolas, mesmo com greve
Como a greve dos professores é considerada ilegal pelo Poder Judiciário e pelo governo do Paraná, a orientação da Secretaria de Educação do Paraná (Seed-PR) é de que os pais levem seus filhos para a escola normalmente.
De acordo com a Seed-PR, se houver faltas de professores ou funcionários por causa da greve, os profissionais ausentes terão descontos no salário. Os diretores dos colégios estaduais devem garantir que estudantes, servidores e profissionais terceirizados possam entrar nas instituições de ensino.
Porque os professores do Paraná estão em greve?
A APP-Sindicato, que representa os professores e coordena a greve deflagrada nesta segunda, a paralisação é motivada pela votação do projeto Parceiro da Escola. A proposta do Poder Executivo propõe parcerias para que escolas particulares assumam parte da gestão dos colégios públicos.
Para a APP-Sindicato, no entanto, o projeto que deve ser votado na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) ainda nesta semana pretende ‘privatizar o ensino público do Paraná’.
Projeto Parceiro da Escola já foi testado
Atualmente, a novidade já acontece em duas escolas-piloto da rede estadual de ensino. Ocorre no Colégio Estadual Aníbal Khury, em Curitiba, e no Colégio Estadual Anita Canet, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).
Uma pesquisa realizada com pais e responsáveis de alunos matriculados nas duas escolas participantes do projeto-piloto mostra que mais de 90% deles aprovam o programa. Os benefícios vão do aumento da frequência escolar à inexistência de aulas vagas.