Com as temperaturas voltando a diminuir em todo o Brasil, médica ginecologista dá dicas de cuidados essenciais para as mulheres nesta época
Após dias quentes com termômetros marcando até 30ºC em Curitiba, a capital mais fria do país, a temperatura voltou a diminuir e segue nos próximos dias. A médica Alexandra Ongaratto, especializada em ginecologia endócrina e climatério e Diretora Técnica do Instituto GRIS, o primeiro Centro Clínico Ginecológico do Brasil, alerta que essa mudança climática pode impactar negativamente a saúde íntima feminina. Ela oferece dicas sobre como manter a saúde mesmo durante períodos de frio intenso.
Mantenha a hidratação
Durante o frio, é comum diminuir a ingestão de água devido à menor sensação de sede, no entanto, essa redução pode tornar a urina mais ácida e favorecer a formação de cálculos renais e vesicais, alerta Alexandra.
Evite banhos muito quentes
Embora o calor seja tentador durante o frio, banhos com água excessivamente quente podem prejudicar a região íntima. “Quando muito quente, a água remove a camada de gordura protetora da pele e pode causar ressecamento e coceira. Na região íntima, que é mais sensível que outras partes do corpo, isso pode ser ainda mais prejudicial” explica Alexandra.
Cuidado com a escolha de roupas
O uso de peças mais grossas e apertadas, apesar de comum no inverno, pode aumentar a umidade e o calor na região íntima, o que favorece a proliferação de fungos, como a cândida.
“Apesar da cândida fazer parte da microbiota normal de várias mulheres sem causar a candidíase, o uso de roupas mais grossas pode causar a transpiração, que por sua vez aumenta a umidade e a temperatura da região, propiciando o desenvolvimento desequilibrado da cândida e tornando-a causadora da candidíase”, explica.
Preze pela higiene adequada após as relações sexuais
Durante o frio, a frequência de banhos costuma diminuir, contudo, Alexandra destaca que é essencial manter a higiene íntima após a relação sexual. “O uso de ducha higiênica ou de lenços umedecidos específicos, aqueles sem álcool ou perfumes, auxilia na remoção de resíduos sem a necessidade de um banho completo,” sugere a médica.
“Esses métodos ajudam a remover resíduos que podem causar desconforto ou alterar a microbiota vaginal, mas é importante lembrar que a vagina tem um sistema de autolimpeza natural – e por isso não é recomendado realizar ducha internamente – e que a higienização excessiva ou com produtos inadequados pode alterar a microbiota vaginal. Urinar após a relação sexual é uma medida simples e que pode reduzir o risco de infecções urinárias”, complementa.
A alimentação deve ser equilibrada
De acordo com a médica, dietas ricas em açúcares e carboidratos refinados podem alterar o equilíbrio da flora vaginal, o que aumenta o risco de infecções como a candidíase, uma vez que o fungo cândida se alimenta de açúcar e pode se proliferar em ambientes com altos níveis de glicose.
“Além disso, a ingestão de alimentos mais pesados contribui para o ganho de peso, o que também pode alterar o equilíbrio hormonal e, consequentemente, a saúde íntima. Portanto, mesmo durante o frio, é importante manter uma alimentação equilibrada, rica em fibras, frutas e vegetais, que ajudam a manter a flora vaginal saudável e a prevenir infecções”, destaca.
Proteja a pele da região íntima
Por conta da diminuição da umidade e do uso de aquecedores, a pele tende a ficar mais seca no inverno, o que pode causar desconforto. “Manter a pele bem hidratada e evitar banhos quentes pode ajudar a prevenir fissuras e irritações que, às vezes, acabam facilitando a entrada de bactérias e fungos”, recomenda Alexandra.
Cuidados redobrados para mulheres em menopausa no frio
A menopausa impacta diretamente no funcionamento corporal e durante o frio, e os sintomas menopausais podem se intensificar.
Alexandra explica que o estrogênio – que desempenha um importante papel no sistema de regulação térmica do organismo – sofre oscilações durante a perimenopausa e tem uma queda quando a mulher entra na menopausa, o que afeta significativamente na regulação da temperatura corporal e resulta nas ondas de calor, chamadas de fogachos, e no aumento da sudorese.
Durante o inverno, essa desregulação pode tornar a mulher mais sensível às mudanças de temperatura, causando desconforto tanto com o frio quanto com ondas de calor inesperadas, mesmo em um ambiente com menor temperatura. “Embora o frio possa reduzir a frequência dos fogachos, muitas mulheres ainda experimentam esses episódios independentemente da temperatura externa. O contraste entre o frio externo e as ondas de calor pode intensificar a percepção de desconforto, levando a uma sensação mais pronunciada dos calorões”, afirma.
Outra queixa comum causada pela queda estrogênio, que é a secura vaginal, pode se agravar durante o frio, levando ao ressecamento geral das mucosas. Para isto, a ginecologista recomenda manter a hidratação da pele e usar sabonetes suaves, de preferência sem sulfatos e com pH neutro, que são menos agressivos para a pele.
Terapia hormonal pode ser a solução
Alexandra explica que os sintomas da menopausa podem afetar diretamente a qualidade de vida das mulheres que os vivenciam, no entanto, a médica afirma que para as pacientes saudáveis e sem contraindicações, a terapia hormonal (TH) pode ser indicada para aliviar os sintomas da menopausa, incluindo os fogachos e a secura vaginal.
No entanto, a médica alerta para a importância de procurar profissionais qualificados e que prezam pela individualização do tratamento. “Cada pessoa é única, e o tratamento deve ser adaptado às necessidades individuais, levando sempre em consideração fatores como histórico de saúde, sintomas da menopausa e riscos específicos da paciente na hora de optar pela TH”, finaliza.
Instituto GRIS
O Instituto GRIS, tem como compromisso priorizar o bem-estar e a saúde feminina. Sediado em Curitiba, é pioneiro como o primeiro Centro Clínico Ginecológico do Brasil, agregando as mais avançadas tecnologias para o cuidado da saúde íntima feminina. Seu enfoque abrangente e especializado combina inovação e dedicação, ajudando as mulheres a assumirem o protagonismo em suas jornadas de saúde.