Número de estudantes seniores cresce no Brasil

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Pessoas com mais idade voltam à universidade e melhoram a qualidade de vida; especialista destaca os benefícios sociais e cognitivos do aprendizado na maturidade
Pessoas com mais idade voltam à universidade e melhoram a qualidade de vida; especialista destaca os benefícios sociais e cognitivos do aprendizado na maturidade

O Brasil tem 51.369 estudantes com 60 anos ou mais matriculados em cursos de graduação superior; alta de 56% entre 2012 e 2021. Os dados são do Censo da Educação Superior 2022, do Ministério da Educação (MEC).

A inclusão de acadêmicos seniores nas universidades responde às demandas da economia prateada [que compõem os produtos e serviços destinados às pessoas com mais de 50 anos], reflete a evolução da sociedade que tem mais expectativa de vida e enxerga a educação como alicerce para um envelhecimento ativo e saudável.

“Estudar faz bem ao corpo e à mente. Pessoas com mais idade envolvidas em atividades intelectuais estimulantes e sociais – como os estudos – têm mais resistência às lesões neuropatológicas e criam mais reservas cognitivas; uma porção de capacidades mentais desenvolvidas ao longo da vida, que protegem o cérebro do envelhecimento e de doenças associadas a ele”, explica Danilo Henrique Roratto, docente do curso de medicina do Centro Universitário Integrado de Campo Mourão (PR) e coordenador do Estágio de Saúde do Idoso.

Estudo traz mais felicidade
Segundo o levantamento Quais são os benefícios sociais da educação? – elaborado pela Organização Para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) – as pessoas que estudam mais são mais felizes porque têm maior satisfação em diferentes esferas de sua vida.

É o caso de Laurinda Marcelina de Souza, de 60 anos, que reside em Goioerê (PR). “Voltar a estudar me trouxe grandes alegrias, contribuiu na socialização e deu ‘um gás a mais’”, diz.

Depois de se formar em História em 2007, ela já concluiu Pedagogia, Letras, fez especializações em Docência na Educação Superior, Metodologia do Ensino de Geografia, Psicopedagogia, Educação Especial Inclusiva e agora cursa Ciências Biológicas no Integrado. “E não pretendo parar por aqui. Ainda tenho o sonho de fazer mestrado e doutorado”, complementa.

Opinião semelhante tem o servidor público estadual Valdenor Pereira do Nascimento, de 60 anos e que concluiu a primeira graduação em 1996. “Estudar na maturidade se tornou mais prazeroso. É uma troca de experiências e ensinamentos com os mais novos. Faço Direito no Integrado para manter a mente ativa, proporcionar conforto financeiro à família e para desenvolver um projeto social gratuito de orientação jurídica na comunidade em que participo”.

Motivadores pessoais
Para Rosemary Aparecida de Oliveira – de 53 anos, que se formou em Ciências Contábeis em 1996 e retornou à sala de aula em 2022 para cursar Tecnologia em Processos Gerenciais – os motivadores envolvem a saúde e a carreira profissional.

“Os conhecimentos contínuos ajudam a exercitar o cérebro, a memória, o raciocínio e a concentração. Quero fazer uma pós-graduação e manter a empregabilidade. Quem para de aprender fica ultrapassado no mercado de trabalho”, conta.

Para o economista Wanderlei Aparecido da Silva – de 57 anos, que tem duas especializações e agora é acadêmico de Agronomia no Integrado – a volta aos estudos nesta fase da vida envolve outros fatores pessoais. “Quanto mais ativo for, melhor será a disposição física e mental. Além de aumentar a autoestima, conheço novas pessoas e diferentes culturas. Pelas experiências de vida, tenho mais facilidade em absorver conhecimentos e isso também ajuda a diminuir o risco de estresse e depressão”, relata.

No caso de Elizabel Rodrigues de Souza – de 66 anos, que ficou fora da escola por três décadas, se formou em Ciências em 2009, concluiu três pós-graduações e agora cursa Letras – o retorno à universidade está relacionado ao desejo de atuar na educação. “A vida é um constante aprendizado. Sinto-me realizada com os estudos e digo que não tem idade para aprender”.

Benefícios do EAD para os idosos
Mesmo para quem vive em áreas remotas ou tem mobilidade reduzida por quaisquer motivos, o aprendizado pode acontecer com o uso da tecnologia e por meio do ensino à distância (EAD).

“No EAD, os estudantes da maturidade podem contar com o acompanhamento constante das tutoras de forma online ou presencial para atendê-los em suas diversas demandas; desde um auxílio mais técnico, até a elaboração de um plano de estudos personalizado para conciliar com seus afazeres diários”, explica a gestora do Núcleo de Educação a Distância do Centro Universitário Integrado, Telma Cristian Amaral.

“O EAD permite acesso a uma variedade de cursos, programas educacionais e elimina a necessidade de deslocamentos. Assim, os acadêmicos seniores podem estudar num ritmo mais confortável, atualizar conhecimentos, ter mais convívio social e autonomia em seus processos de aprendizagem”, enfatiza o médico Danilo Henrique Roratto.

O professor do curso de medicina do Centro Universitário Integrado salienta outros benefícios do EAD para a maturidade. “Quem estuda a distância nunca está sozinho, pois há constante interação com colegas de classe, professores e tutores. Esse intercâmbio virtual ajuda a combater a solidão e o isolamento social, comuns entre os idosos”, completa.

Envelhecimento saudável
Assim como os indivíduos da economia prateada estão buscando diferentes conhecimentos para ressignificar a nova etapa da vida – alinhada às mudanças demográficas do país – o estudo na maturidade expande horizontes, cria novas oportunidades, promove o envelhecimento saudável, participativo e integrado à comunidade.

“Nunca é tarde para buscar conhecimentos. O saber não ocupa espaço. O aprendizado não exige idade e sim, vontade”, ressalta o futuro engenheiro agrônomo, Wanderlei Aparecido da Silva.

“Voltar a estudar na terceira idade é altamente indicado para o senso de realização pessoal, de pertencimento de grupo, para fortalecer as amizades e para o intelecto. Idosos com ‘mentes vazias’ estão propensos a ter menos satisfações, quando comparados àqueles da mesma faixa etária e cognitivamente ativos”, complementa o médico e professor do curso de medicina do Centro Universitário Integrado, Danilo Henrique Roratto.

Sobre o Centro Universitário Integrado
Localizado em Campo Mourão (PR), o Centro Universitário Integrado oferece, há mais de 25 anos, ensino superior de excelência reconhecido pelo MEC com nota máxima (5) no Conceito Institucional e nota 4 no Índice Geral de Cursos (IGC). Atento ao que o mercado necessita, busca ofertar um ensino de qualidade voltado às competências que precisam ser desenvolvidas por todos os profissionais.

Para isso, conta com infraestrutura moderna, laboratórios com tecnologia de ponta, metodologias de ensino inovadoras e corpo docente com forte experiência acadêmica e vivência prática.

Atualmente, o Integrado oferece mais de 55 cursos de graduação presencial, semipresencial e a distância – incluindo Direito, Medicina e Odontologia – e mais de 100 cursos de pós-graduação em diversas áreas do conhecimento.

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