Flávio Pansieri, Luiz Fernando Pereira e Marlus Arns são os principais nomes na disputa pela liderança da OAB no estado, com eleição marcada para novembro
As eleições da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Paraná estão previstas para ocorrer na segunda quinzena de novembro. Embora as chapas só sejam formalizadas após a publicação do edital de convocação, três advogados já se destacam como fortes concorrentes na disputa pelo cargo mais alto da entidade: Flávio Pansieri, Luiz Fernando Pereira, conhecido como Pereirinha e Marlus Arns.
Flávio Pansieri é advogado, pós doutor em Direito e professor do Mestrado e Doutorado da PUC-PR. Também é Presidente da Academia Brasileira de Direito Constitucional, Vice-Presidente da CAMFIEP. Foi Conselheiro Federal da OAB de 2012-2022. Proferiu mas de 300 palestras em 7 países, além de ser autor de mais de uma dezenas de livros publicados no Brasil e no exterior.
Para Pansieri a OAB precisa recuperar seu protagonismo histórico na sociedade.
“A advocacia brasileira tem um papel fundamental na garantia e no fortalecimento do estado constitucional democrático, mas um papel mais essencial ainda na defesa da advocacia, dos advogados e advogadas brasileiros. A tutela das prerrogativas profissionais é um instrumento de garantia da própria sociedade. Todavia o que vemos hoje é uma ordem capturada, é uma ordem que por sua vez está entregue há um ideal político partidário que por sua vez não consegue mais ter ressonância com os próprios advogados e advogados. Nós precisamos repensar isto. Pela ordem, possamos escolher uma advocacia efetivamente forte, respeitável para representar os advogados do estado do Paraná, mas que possam trazer soluções concretas. Nós precisamos repensar nossos objetivos, nossos valores e nos comprometermos efetivamente com o que interessa verdadeiramente aos advogados do estado do Paraná”, destaca Pansieri.
Já Luiz Fernando Pereira, o Pereirinha, é doutor em Direito pela Universidade Federal do Paraná e autor de diversos livros na área. Ele falou sobre o número excessivo de advogados e que é preciso investir na capacitação dos profissionais.
“A advocacia do Paraná, assim como a do Brasil, vive uma dificuldade em razão do número excessivo de advogados. Essa é uma constatação que há muito tempo a porta-voz dos advogados faz, pedindo que não se autorize mais a abertura de novos cursos de direito. São quase duas mil faculdades no Brasil inteiro. Esse número excessivo de advogados leva a uma dificuldade muito grande em relação à atuação profissional. Há uma concorrência muito grande, os honorários são jogados para baixo e isso gera dificuldade para o conjunto dos advogados. A Ordem tem um papel muito importante de lutar contra o excesso do número de cursos de direito e deve, dada a realidade que está colocada, acolher esses advogados que estão no mercado, investir na capacitação e na formação permanente através da escola e da advocacia”, afirmou.
Marlus Arns, que ganhou notoriedade por sua atuação em casos de grande repercussão, como a Operação Lava Jato, ressaltou que a OAB precisa ouvir e atender as demandas da categoria para fortalecer a classe.
“O próprio senso da OAB demonstra que a grande maioria dos advogados e das advogadas ganha menos de três salários mínimos por mês. Então nós enxergamos uma advocacia que precisa e que necessita ser ouvida e atendida pela Ordem dos Advogados do Brasil. Nós entendemos que fundamentalmente a OAB precisa valorizar o advogado e a advogada, defendendo suas prerrogativas, estipulando uma tabela de honorários digna, resolvendo a questão da fila dos dativos, sendo plenamente efetiva na defesa e valorização de cada um dos nossos 88 mil advogados e advogados ativos no Paraná”, afirmou.
Atualmente, a OAB Paraná é liderada por Marilena Winter, eleita em 2021 com 59,68% dos votos. A corrida para definir o novo presidente da seccional já movimenta o meio jurídico no estado, prometendo uma disputa acirrada entre os três postulantes.
MATÉRIA: MARC SOUSA – RIC MAIS