A obesidade tem sido associada a um risco aumentado para o desenvolvimento de vários tipos de câncer, totalizando 13 formas identificadas por estudos recentes. Entre eles, destacam-se cânceres de esôfago, pâncreas, fígado, mama (em mulheres pós-menopáusicas), rim, e o de próstata, que afeta principalmente homens acima de 60 anos. Segundo dados da Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer (IARC), a obesidade é um fator determinante para cerca de 20% de todos os casos de câncer.
O câncer de próstata, em particular, é uma das principais preocupações para a saúde masculina, representando uma parcela significativa dos diagnósticos entre homens no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Brasil, a cada dez homens diagnosticados com câncer de próstata, nove têm mais de 55 anos, e estudos apontam que o excesso de peso pode agravar o risco de progressão da doença.
“Geralmente, a obesidade está ligada a um câncer de próstata mais avançado, porque acaba prejudicando a descoberta do câncer mais precocemente. Pode também alterar a sensibilidade do PSA, que é o exame feito para avaliar risco de câncer de próstata”, explica Dra. Andrea Pereira, médica nutróloga e cofundadora da ONG Obesidade Brasil.
Ela complementa dizendo que a obesidade por si só, associada às comorbidades, também pode levar a uma menor resposta ao tratamento do câncer, a mais riscos cirúrgicos, já que a próstata acaba sendo levada para cirurgia, além de mais chances de complicações.
Um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que o aumento da prevalência da obesidade está diretamente ligado a um aumento na carga de doenças crônicas, incluindo cânceres. Esses dados ressaltam a necessidade de políticas públicas que promovam a educação nutricional e a atividade física, fatores essenciais na prevenção do ganho de peso e de suas consequências.
Andrea Levy, psicóloga e cofundadora da ONG Obesidade Brasil, reforça que “o primeiro passo ainda é vencer o preconceito para a busca do tratamento, já que ainda existem muitas pessoas que acreditam que a obesidade não é uma doença”. Ela conclui dizendo que as pessoas relacionam a obesidade à falha de caráter, falta de força de vontade ou algo que seja fácil de controlar, mas isso não é verdade, já que se trata de uma doença crônica e precisa de tratamento.
Sobre a ONG Obesidade Brasil
O Instituto Obesidade Brasil é a primeira organização sem fins lucrativos do mundo direcionada a pessoas com obesidade e surge com o objetivo de conscientizar e trazer informações claras e objetivas, sempre com mentoria científica, com linguagem acessível sobre obesidade, prevenção, diagnóstico, tratamento, novas tecnologias e direcionamento aos centros públicos e gratuitos de atendimento, ajudando da melhor forma possível.
A ONG foi fundada em fevereiro de 2020 para conscientizar pessoas de que a obesidade é uma doença multifatorial e crônica e conta com um Conselho Científico composto por especialistas colaboradores de todo o território brasileiro, de perfil multidisciplinar, que adota o conceito de saúde universal e trabalha para que todos tenham acesso à ajuda médica especializada.
Coordenadores da ONG Obesidade Brasil
Psicóloga Andrea Levy
Cofundadora da ONG Obesidade Brasil;
Psicóloga Clínica e bariátrica, especialista em Obesidade e Transtornos Alimentares pelo HC-FMUSP;
Mais de 20 anos de atuação em clínica de Obesidade e Cirurgia Bariátrica;
Autora do livro “Cirurgia Bariátrica: manual de instruções para pacientes e familiares”.
Nutróloga Andrea Pereira
MD, PhD
Médica Nutróloga do Departamento de Oncologia e Hematologia do Hospital Israelita Albert Einstein;
Ex-presidente e cofundadora da ONG Obesidade Brasil;
Doutorado pela Endocrinologia da UNIFESP em Obesidade e Cirurgia Bariátrica;
Pós-doutorado pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa;
Pós-doutorado em andamento pela Medicina Esportiva da FMUSP sobre obesidade, câncer de mama e exercício;
Autora do livro “Dieta do Equilíbrio: a melhor dieta anticâncer”.
Cirurgião Bariátrico Carlos Schiavon
Presidente e cofundador da ONG Obesidade Brasil.
Médico Especialista em Cirurgia Bariátrica e Metabólica;
Formado em 1987 pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo;
Doutor Cirurgião pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – São Paulo, SP;
Especialista em Cirurgia Bariátrica pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica;
Coordenador de Ensino e Pesquisa do Núcleo de Obesidade e Cirurgia Bariátrica da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo;
Investigador principal do Trial GATEWAY – Gastric Bypass to Treat Obese Patients With Steady Hypertension.