Por que tokenizar não é uma opção, mas uma necessidade no Brasil?

Share

A tokenização vem se consolidando como uma tendência mundial na representação de bens, produtos, direitos, serviços e até mesmo moedas fiduciárias. Um exemplo emblemático é o DREX, projeto de tokenização da moeda escritural e eletrônica desenvolvido pelo Banco Central do Brasil, que reflete a adoção dessa tecnologia por uma autarquia especial.

Tokenizar um ativo significa transformá-lo em um formato digital apto a ser negociado em redes transnacionais, como a blockchain Ethereum. Essa tecnologia permite a negociação e liquidação de transações de maneira praticamente instantânea, em um mercado contínuo e global. Imagine a venda de um direito imobiliário sendo concluída em segundos entre um comprador no Brasil e outro no Japão — algo que hoje seria inviável pelos métodos tradicionais.

Atualmente, essas transações são liquidadas majoritariamente com stablecoins, como a USDT, cujo valor é atrelado ao dólar e amplamente aceito no mercado devido à sua alta liquidez. No entanto, no futuro, moedas fiduciárias tokenizadas, como o próprio DREX, poderão assumir esse papel, reforçando a eficiência e a segurança do sistema financeiro.

Esse avanço não está restrito a transações isoladas. O mercado financeiro descentralizado, conhecido como DeFi (Decentralized Finance), já movimenta trilhões de dólares globalmente. Nesse ecossistema, tokens lastreados em ativos reais podem ser utilizados como garantia em operações diversas, desde aplicações simples como staking até estratégias mais complexas, similares às de fundos de hedge.

O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, tem dado sinais claros sobre a transição iminente para uma economia tokenizada. A criação do Real Digital, agora chamado de DREX, demonstra que o país está se preparando para integrar a moeda nacional a um formato compatível com as redes DeFi. Isso possibilitará, por exemplo, que um token representativo de um direito imobiliário seja adquirido diretamente com DREX em um mercado transnacional.

Com um volume de negociações no DeFi já ultrapassando a marca de 1 trilhão de dólares — superior ao PIB de nações como Brasil, Austrália e Coreia do Sul —, a integração do sistema financeiro brasileiro a esse ecossistema digital é mais que uma tendência: é uma necessidade para garantir competitividade e relevância no cenário econômico global.

Este artigo foi escrito por Fernando Lopes e Marcella Zorzo, autores do livro O Guia Jurídico da Tokenização e fundadores do primeiro escritório jurídico do Brasil especializado em tokenização e DeFi.

Para adquirir o livro Os Sete Passos para a Tokenização Imobiliária, acesse lopesezorzo.com.

Ou para obter o best-seller O Guia Jurídico da Tokenização, acesse nftlopesezorzo.com.

Siga @lopes_zorzo_advocacia.

Mais lidas

DE TUDO UM POUCO