Menopausa e saúde do cérebro: entenda os impactos e como se proteger da demência

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Cerca de 1,2 milhão de brasileiros convivem com Alzheimer, a maioria dos casos ocorre em mulheres

A menopausa, uma fase natural e inevitável na vida de todas as mulheres, vai além de alterações hormonais e sintomas como ondas de calor e mudanças de humor. Estudos recentes mostram que as transformações cerebrais nessa etapa da vida podem ter implicações significativas na saúde cognitiva a longo prazo, incluindo um potencial aumento no risco de demência.

Nos Estados Unidos, cerca de 6 milhões de adultos acima de 65 anos vivem com Alzheimer, e quase dois terços desse grupo são mulheres. Segundo pesquisadores, a menopausa pode ser um fator determinante nessa disparidade.

“A queda no estrogênio durante a menopausa afeta regiões do cérebro associadas à memória, sono e humor, e pode alterar até mesmo a estrutura cerebral. Isso pode ter implicações na saúde cognitiva a longo prazo para algumas mulheres”, explica Alexandra Ongaratto, médica especializada em ginecologia endócrina e climatério e Diretora Técnica do Instituto GRIS, o primeiro Centro Clínico Ginecológico do Brasil.

 

Alterações cerebrais e sintomas

O cérebro feminino é especialmente sensível ao estrogênio, hormônio que desempenha um papel fundamental na proteção contra o envelhecimento cerebral. Pesquisas apontam que a redução do estrogênio pode impactar o volume cerebral e está associada a sintomas da menopausa, como lapsos de memória e ondas de calor. Além disso, há evidências de que essas mudanças são similares às alterações que precedem a demência, incluindo o Alzheimer.

“Esses dados são preocupantes, mas é importante lembrar que a grande maioria das mulheres supera a menopausa sem desenvolver doenças neurodegenerativas”, pondera Alexandra.

 

Prevenção e cuidados com a saúde cerebral

Embora 80% das mulheres não desenvolvam demência após a menopausa, especialistas ressaltam que algumas práticas podem reduzir os riscos e promover um envelhecimento cerebral saudável.

  1. Terapia hormonal no momento certo: estudos recentes indicam que iniciar a terapia hormonal no início dos sintomas da menopausa pode reduzir o risco de Alzheimer, além de melhorar a qualidade de vida ao aliviar sintomas como ondas de calor e suores noturnos.
  2. Atividade física regular: a prática de exercícios físicos é uma das intervenções mais eficazes na prevenção de doenças neurodegenerativas. “As mulheres têm duas vezes mais chances de serem fisicamente inativas do que os homens, o que aumenta o risco de demência. Incorporar exercícios na rotina é fundamental para a saúde cerebral”, reforça a Dra. Ongaratto.
  3. Dieta saudável: dietas como a mediterrânea, ricas em vegetais, frutas e gorduras saudáveis, têm mostrado benefícios significativos para a saúde do cérebro. Pesquisas sugerem que esse tipo de alimentação também pode ajudar a equilibrar os níveis de estrogênio.

 

Cenário no Brasil

No Brasil, o número de pessoas com demência vem crescendo, impulsionado pelo envelhecimento da população. Segundo dados da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), estima-se que cerca de 1,2 milhão de brasileiros convivam com a doença, sendo que a maioria dos casos ocorre em mulheres.

“A menopausa é uma transição natural, mas que exige atenção. É o momento de adotar hábitos que promovam saúde e qualidade de vida a longo prazo”, conclui Alexandra Ongaratto.

 

Instituto GRIS

O Instituto GRIS tem como compromisso priorizar o bem-estar e a saúde feminina. Sediado em Curitiba, é pioneiro como o primeiro Centro Clínico Ginecológico do Brasil, agregando as mais avançadas tecnologias para o cuidado da saúde íntima feminina. Seu enfoque abrangente e especializado combina inovação e dedicação, ajudando as mulheres a assumirem o protagonismo em suas jornadas de saúde.

 

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