Novo tratamento não hormonal pode ajudar a combater sintomas como ondas de calor e suores noturnos em pacientes com contraindicações para terapia hormonal
Uma nova opção terapêutica pode transformar a experiência de mulheres que sofrem com os sintomas vasomotores (SVM) da menopausa. Dados recentes sobre o fezolinetante, um antagonista seletivo do receptor neurocinina-3 (NK3), mostram resultados promissores para mulheres que não podem ou não desejam recorrer à terapia hormonal tradicional.
“Os sintomas vasomotores, como ondas de calor e suores noturnos, impactam significativamente a qualidade de vida de até 80% das mulheres no climatério. Para muitas delas, a terapia hormonal é contraindicada, o que nos deixa com poucas alternativas eficazes,” explica Alexandra Ongaratto, médica especializada em ginecologia endócrina e climatério e Diretora Técnica do Instituto GRIS, o primeiro Centro Clínico Ginecológico do Brasil.
O que é o Fezolinetante?
Aprovado pelo FDA em maio de 2023, o fezolinetante é o primeiro medicamento de sua classe a ser comercializado em vários países sob os nomes Veoza® ou Veozah®. Este fármaco atua bloqueando a atividade do receptor NK3, fundamental na regulação central da temperatura corporal, reduzindo assim a frequência e a severidade dos SVM. Estudos clínicos de fase 3, como o SKYLIGHT 1 e 2, demonstraram reduções significativas nos sintomas em mulheres tratadas com este novo tratamento não hornonal por 12 a 52 semanas.
Novos dados: o estudo DAYLIGHT
Em novembro de 2024, o estudo DAYLIGHT, um ensaio clínico randomizado de fase 3b, trouxe mais evidências sobre o uso do fezolinetante. O estudo envolveu 453 mulheres entre 40 e 65 anos com SVM moderados a severos, divididas entre o uso de fezolinetante (45 mg/dia) e placebo.
Os resultados após 24 semanas foram marcantes:
- Redução de frequência: o grupo do fezolinetante apresentou uma redução de 75,7% na frequência dos SVM, comparado a 59,1% no grupo placebo.
- Melhora na severidade: houve uma diferença significativa na severidade dos sintomas (−0,39 pontos; p<0,001).
- Benefícios secundários: as pacientes também relataram melhorias no sono, um fator frequentemente prejudicado pelos SVM.
“Estes dados são muito encorajadores, especialmente para mulheres que não podem usar terapias hormonais. Este tratamento não hormonal não apenas reduz os sintomas, mas também melhora aspectos importantes da qualidade de vida, como o sono,” destaca Alexandra.
A importância de novas alternativas
Embora a terapia hormonal permaneça a opção de primeira linha para SVM, ela nem sempre é viável devido a contraindicações médicas, como cânceres hormônio-dependentes ou comorbidades específicas. O fezolinetante surge como uma opção não hormonal, segura e eficaz para preencher essa lacuna.
Perspectivas para o Brasil
Atualmente, o fezolinetante ainda não está disponível no Brasil, mas espera-se que a aprovação ocorra em breve. “A chegada deste medicamento pode transformar o cuidado das mulheres no climatério, oferecendo uma alternativa moderna e baseada em evidências,” conclui Alexandra.
Para mais informações sobre o fezolinetante e outras opções de tratamento para a menopausa, consulte seu ginecologista.
Instituto GRIS
O Instituto GRIS tem como compromisso priorizar o bem-estar e a saúde feminina. Sediado em Curitiba, é pioneiro como o primeiro Centro Clínico Ginecológico do Brasil, agregando as mais avançadas tecnologias para o cuidado da saúde íntima feminina. Seu enfoque abrangente e especializado combina inovação e dedicação, ajudando as mulheres a assumirem o protagonismo em suas jornadas de saúde.