Curitiba passa por um movimento de revitalização do Centro da cidade, com o intuito de movimentar o comércio da região, dar destinação a uma série de imóveis desocupados e garantir mais segurança às pessoas que frequentam a área central. A implementação do Distrito de Mídia, que prevê que empresas de mídia outdoor instalem publicidade e anúncios cinéticos em luminosos e telões nas fachadas e testadas de imóveis, em um trecho de 592 metros de extensão da via, entre a Travessa da Lapa e a Rua Desembargador Westphalen (na altura da Praça Zacarias), deve começar a dar uma “nova cara” ao atual Centro.
Grande aliada do poder público nesta empreitada de modernização do espaço urbano, a Rede Una Imóveis Conectados, associação que concentra 46 imobiliárias na Grande Curitiba, vem tomando frente de ações em prol de uma melhor ocupação do Centro, com sugestões de melhorias para a região.
Amilton de Souza, proprietário da imobiliária Invebras, integrante da Rede Una, e presidente da CVI, Comissão de Valores Imobiliários do Paraná, acredita que uma das soluções para a revitalização da região central da cidade é intensificar o policiamento. “Na minha opinião nós temos um ponto crucial, que são os receptadores, os grandes culpados pela marginalidade. Pessoas que dormem na rua, roubam e depois repassam os produtos para os receptadores. O setor de segurança precisa atuar para conter essa prática”.
Adalberto Scherer, diretor-comercial da imobiliária Cibraco, que tem sua sede localizada na rua Ébano Pereira, no Centro da cidade, acredita que são vários os fatores responsáveis pela atual vacância dos imóveis nesta região da cidade. “No atual estágio da cidade, os IPTUs são muito altos. Mas, também temos que ver a parte da habitação, da convivência das pessoas com espaços que existem, com os imóveis que podem ser utilizados, com a requalificação urbana, também fomentando trabalhos dignos aqui no Centro, enfim, com várias atividades que poderiam valorizar o Centro da cidade”, afirma.
Retrofit: valorização
Recentemente, a Caixa Econômica Federal lançou uma linha de crédito para retrofit, facilitando o financiamento para a revitalização de prédios antigos no Brasil. A modalidade terá taxas de juros abaixo do mercado, além da possibilidade de financiar a compra do imóvel original a ser reformado, além do terreno. A legislação atual iguala imóveis retrofitados a novos, garantindo os mesmos benefícios, como subsídios do FGTS.
Uma iniciativa viável para o Centro de Curitiba, no entendimento dos profissionais do mercado imobiliário. “É um negócio do futuro, em cima de algo do passado”, descreve Amilton de Souza, da imobiliária Invebras. “A tendência do retrofit nesse momento é muito mais para imóveis residenciais, porque além de ser um produto viável, que as pessoas estão procurando, porque conseguem ter imóveis maiores, com mais espaços para serem utilizados, com algumas características como pé direito mais alto, portas mais amplas, salas maiores. E depois do retrofit, esses imóveis ficam absolutamente espetaculares para serem usados. Mas, na parte comercial também, porque temos imóveis no Centro da cidade que precisam de um retrofit para poderem ser atualizados no atual momento que o país, que o mundo vive”, acrescenta Adalberto Scherer, da CIBRACO.
Outra sugestão para aumentar a ocupação do Centro é disponibilizar mais vagas de Estar, o Estacionamento Regulamentado, na região. “Nos bairros, o comércio é muito forte hoje. Mas, a prefeitura precisa rever o estacionamento no centro. Lá não tem shopping, então como tem poucas vagas de Estar, você acaba pagando R$ 20 ou 30 para parar o carro em um estacionamento, o que torna esse processo inviável”, entende Amilton de Souza.
São muitas as sugestões dentro de um consenso: o Centro de Curitiba precisa passar por uma revitalização para atrair mais ocupantes, movimentar o comércio e fortalecer o mercado imobiliário.
