O ouro encerrou a sessão desta sexta-feira em alta, impulsionado pela desvalorização do dólar e pela escalada das tensões geopolíticas globais. O mercado aguarda com expectativa os desdobramentos das negociações comerciais entre Estados Unidos e China, que devem ocorrer neste fim de semana. Paralelamente, a crise entre Índia e Paquistão também exerceu influência sobre o comportamento dos investidores.
Na divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato do ouro para entrega em junho registrou um aumento significativo de 1,15%. Com isso, a onça-troy fechou cotada a US$ 3.344,00, refletindo a busca por ativos considerados mais seguros em momentos de incerteza econômica e política.
Christopher Lewis, da FXEmpire, destaca a resiliência do ouro, afirmando que “o ouro iniciou o dia em baixa, mas deu sinais de recuperação ao longo da sessão, mantendo sua trajetória positiva em 2025”. Ele ressalta que o metal precioso tem se destacado como um dos mercados com melhor desempenho nos últimos 18 meses.
Ainda paira sobre o mercado uma cautela considerável, alimentada pelas incertezas em torno das tarifas comerciais. Uma recente declaração do ex-presidente Donald Trump na Truth Social, onde mencionou uma possível “tarifa de 80% sobre a China”, intensificou as preocupações. Pequim, por sua vez, manifestou sua oposição às chamadas “tarifas de reciprocidade”, incentivando a procura por ativos de proteção.
Além do cenário comercial, as tensões no sul da Ásia também merecem atenção. O Ministério da Aviação Civil da Índia determinou o fechamento de 24 aeroportos até 15 de maio e o cancelamento de centenas de voos, em resposta ao aumento da hostilidade com o Paquistão, elevando a instabilidade global. Diante desse quadro, Lewis adverte: “É provável que o mercado entre agora em uma fase de consolidação, principalmente porque a volatilidade tem sido intensa nas últimas semanas.”
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br
