A influenciadora digital Virginia Fonseca compareceu à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets no Senado nesta terça-feira (13) para prestar esclarecimentos sobre suas campanhas publicitárias para sites de apostas. Diante dos senadores, ela negou veementemente ter recebido qualquer percentual adicional em seus contratos com base nas perdas de seguidores ou no desempenho negativo dos apostadores, refutando a alcunha de “cachê da desgraça”.
Convocada para detalhar sua relação com empresas de jogos de azar online, Virginia explicou que seu contrato previa um possível bônus de 30% sobre o valor fixo caso a empresa contratante dobrasse seu lucro. Contudo, segundo ela, essa meta nunca foi alcançada, e ela garantiu não ter recebido nenhum valor além do estipulado inicialmente. “Nunca recebi R$ 1 a mais do que o meu contrato de publicidade que eu fiz por 18 meses”, afirmou.
A influenciadora justificou seu silêncio anterior sobre o tema, alegando questões de confidencialidade contratual. Ela também ressaltou que a cláusula de bonificação por aumento de lucros era uma prática comum em seus contratos publicitários, não se restringindo apenas ao setor de apostas.
Entretanto, Virginia se recusou a revelar o valor máximo recebido em um único contrato com casas de apostas, invocando seu direito de permanecer em silêncio. A garantia de não autoincriminação foi assegurada por um habeas corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A presença de Virginia no Senado gerou grande expectativa, com sua chegada acompanhada pelo marido, o cantor Zé Felipe, e seus advogados. A convocação partiu da relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), que justificou a necessidade de esclarecer o papel da influenciadora na divulgação de plataformas de apostas para seus mais de 53 milhões de seguidores no Instagram.
A CPI das Bets tem como objetivo investigar a influência dos jogos de apostas online na economia familiar brasileira e sua possível ligação com organizações criminosas envolvidas em lavagem de dinheiro. A ausência de regulamentação específica para a atuação de influenciadores nesse mercado é um dos pontos de atenção da comissão.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br
