Em uma sessão na Câmara de Balneário Camboriú, o vereador Jair Renan Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, levantou dúvidas sobre o golpe militar de 1964. A discussão ocorreu durante a análise de um projeto para instituir o ‘Dia Municipal da Democracia’ na cidade, provocando controvérsia e reações imediatas.
Jair Renan questionou a narrativa predominante sobre o período ditatorial, argumentando que muitos brasileiros da época apoiaram a intervenção militar. “Que golpe foi esse em 64? No qual o povo saiu às ruas pedindo que os militares assumissem o poder com medo do comunismo entrar no Brasil”, indagou o vereador, defendendo que o Congresso elegeu Castelo Branco em abril de 1964. Sua fala gerou desconforto e críticas por parte de outros vereadores presentes.
A proposta de criação do ‘Dia Municipal da Democracia’ visa homenagear Higino João Pio, ex-prefeito de Balneário Camboriú, o primeiro eleito democraticamente no município. Pio foi morto durante o regime ditatorial instaurado em 1964, um fato histórico que motivou a iniciativa do vereador Eduardo Zanatta (PT).
Em resposta aos questionamentos de Jair Renan, Zanatta rebateu as afirmações e sugeriu que o colega se informasse melhor sobre a história local. “Sugiro que o vereador Jair Bolsonaro faça uma breve pesquisa no arquivo histórico do município e assista um filme que foi produzido pela Lei de Incentivo à Cultura, chamado ‘Higino Pio: A Verdade Revelada'”, afirmou Zanatta.
O presidente da Câmara, Marcos Kurtz (Podemos), também se manifestou, enfatizando a importância de homenagear o ex-prefeito assassinado durante a ditadura. “A ideia é instituir o Dia da Democracia para que se possa, realmente, enaltecer essa pessoa, esse prefeito que foi eleito, não conseguiu exercer o seu mandato e foi morto durante seu mandato e não é historinha para boi dormir não”, declarou Kurtz, em resposta direta a Jair Renan.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br