O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), intensificou a pressão sobre o governo ao protocolar uma representação formal na Comissão de Ética Pública da Presidência. O alvo da denúncia é o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, cuja conduta está sob escrutínio. A oposição alega que Rodrigues pode ter violado o Código de Conduta da Alta Administração Federal.
Marinho busca apurar se Rodrigues agiu para favorecer José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Lula e vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi). A suspeita é que o diretor-geral da PF teria divulgado informações privilegiadas e minimizado o envolvimento de Frei Chico na Operação Sem Desconto, que investiga um esquema bilionário de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A representação da oposição se baseia em declarações de Rodrigues em uma entrevista, onde ele teria negado o envolvimento de Frei Chico e do Sindnapi na operação. Para Rogério Marinho, essa postura levanta sérias questões sobre a isenção da Polícia Federal no caso. “Agindo assim, o Diretor-Geral ou tem informações privilegiadas das investigações conduzidas em sigilo sobre o Sindinapi e o irmão do presidente da República, Frei Chico, ou se manifestou de forma antiética e irresponsável”, declarou o senador.
A controvérsia ganha contornos mais nítidos com a informação de que o INSS suspendeu todos os Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) em abril, após a eclosão do escândalo de fraude. Inicialmente, a suspensão do ACT do Sindnapi foi apontada como um dos indícios de irregularidades, porém a medida se estendeu a todas as entidades com acordos semelhantes. Além disso, a Advocacia-Geral da União (AGU) excluiu o Sindnapi de um pedido de bloqueio de verbas para ressarcir aposentados lesados, o que intensifica as suspeitas da oposição.
A CNN buscou um posicionamento da Polícia Federal sobre as acusações, e aguarda um retorno oficial. O caso promete gerar novas tensões entre governo e oposição, e o desenrolar da investigação na Comissão de Ética poderá trazer implicações significativas para a cúpula da Polícia Federal e para a condução das investigações sobre as fraudes no INSS.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br