quarta-feira, julho 16, 2025

Fóssil de Archaeopteryx Desbloqueia Segredos do Voo da Primeira Ave

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Um fóssil excepcionalmente preservado de Archaeopteryx, a ave mais antiga conhecida, está revelando novos detalhes sobre a evolução do voo. O espécime, que permaneceu inacessível aos cientistas por décadas, agora está sob análise no Museu Field de História Natural em Chicago, prometendo revolucionar nossa compreensão de como as aves primitivas alçaram voo. Este achado oferece um vislumbre único de um momento crucial na história da vida na Terra.

Por muito tempo, os pesquisadores se perguntaram como o Archaeopteryx conseguiu voar, enquanto muitos de seus parentes dinossauros emplumados permaneceram terrestres. A descoberta de apenas 14 fósseis ao longo dos últimos 160 anos, alguns dos quais foram mantidos em coleções particulares, dificultou o avanço da pesquisa. Agora, este novo espécime está fornecendo evidências sem precedentes.

A chave para o estudo foi a utilização de luz ultravioleta (UV) e tomografias computadorizadas (TC). Essas técnicas revelaram tecidos moles e estruturas nunca antes vistas, incluindo penas terciárias, essenciais para o voo ativo em aves modernas. “Os ossos estão extraordinariamente preservados em 3D; você realmente não vê isso em todos os outros espécimes”, disse Jingmai O’Connor, paleontóloga e curadora associada do Museu Field.

A preparação meticulosa do fóssil, que envolveu cerca de 1.600 horas de trabalho, revelou detalhes surpreendentes. Akiko Shinya e Constance Van Beek, preparadores de fósseis, escanearam e modelaram os ossos em 3D, removendo cuidadosamente fragmentos de calcário e utilizando luz UV para distinguir os tecidos moles da rocha. A descoberta das penas terciárias, em particular, representa um avanço significativo.

A análise do fóssil também revelou pistas sobre o comportamento do Archaeopteryx. Formas alongadas de escamas nas almofadas dos dedos sugerem que ele passava tempo forrageando no solo, enquanto características cranianas indicam a evolução da flexibilidade do bico. “Foi um ‘Uau!’ atrás do outro”, comentou O’Connor, enfatizando a riqueza de informações contidas no espécime.

Susan Chapman, professora associada da Universidade Clemson, que não participou da pesquisa, elogiou o trabalho de preservação do museu. “Este espécime quase completo fornece insights nunca antes compreendidos sobre este fóssil de transição de dinossauros terópodes para aves”, afirmou Chapman em entrevista à CNN. Ela ressaltou que, apesar das penas terciárias, o Archaeopteryx provavelmente voava apenas por curtas distâncias, carecendo de adaptações para o voo motorizado completo.

A aquisição deste fóssil em 2022 foi considerada um marco para o Museu Field, comparável à aquisição de Sue, o T. rex. O espécime, mantido em mãos particulares desde 1990, representava uma aposta, mas revelou-se uma fonte inestimável de informações. “Nunca imaginei, nem nos meus sonhos mais loucos, que acabaríamos com um espécime tão espetacular”, disse O’Connor.

A descoberta ressalta a importância do acesso científico aos fósseis, em vez da coleção privada. Como observou Chapman, a preparação inadequada de fósseis em coleções particulares pode resultar na perda de tecidos moles valiosos e informações cruciais. O estudo do Archaeopteryx de Chicago continua, prometendo revelar ainda mais segredos sobre a evolução das aves.

Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br

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