Em uma reviravolta na política externa, o governo dos Estados Unidos anunciou o alívio de algumas sanções impostas à Síria. A medida surge após uma promessa feita pelo então presidente Donald Trump no início do mês, com o objetivo de auxiliar na reconstrução do país devastado por uma longa guerra civil. A decisão, no entanto, vem acompanhada de exigências específicas por parte de Washington.
O Departamento do Tesouro emitiu uma licença geral, conhecida como GL25, que autoriza transações envolvendo o governo interino sírio, liderado por Ahmed al-Sharaa, bem como o banco central e empresas estatais. De acordo com o comunicado oficial, a licença “autoriza transações proibidas pelo Regulamento de Sanções à Síria, efetivamente suspendendo as sanções ao país”.
Ainda segundo o Tesouro, a medida permitirá novos investimentos e atividades do setor privado, alinhados com a estratégia “América Primeiro” da administração anterior. O então Secretário de Estado, Marco Rubio, também emitiu uma isenção de 180 dias sob a Lei César, garantindo que as sanções não impeçam investimentos e o fornecimento de serviços básicos como eletricidade, energia, água e saneamento, além de facilitar esforços humanitários.
A Casa Branca, por sua vez, estabeleceu condições claras para a continuidade do alívio das sanções. Entre as exigências, está a ordem para que todos os militantes estrangeiros deixem o país, a deportação de indivíduos classificados como terroristas palestinos e a colaboração com os EUA para impedir o ressurgimento do Estado Islâmico. Marco Rubio enfatizou que Trump espera que o alívio das sanções seja seguido por ações concretas do governo sírio.
“As ações de hoje representam o primeiro passo para concretizar a visão do presidente de um novo relacionamento entre a Síria e os Estados Unidos”, afirmou Rubio. Trump teria dado ao governo sírio “a chance de promover a paz e a estabilidade, tanto dentro da Síria quanto nas relações da Síria com seus vizinhos”, complementou o Secretário.
A maioria das sanções americanas à Síria foi imposta em 2011, visando o governo do presidente Bashar al-Assad e figuras importantes após o início da guerra civil. A medida de alívio das sanções nomeia especificamente Sharaa, anteriormente sancionado sob o nome de Abu Muhammad al-Jawlani, entre os indivíduos e entidades com os quais as transações agora são autorizadas. A Syria Arab Airlines, o Banco Central da Síria e diversas empresas estatais também estão na lista.
A flexibilização das sanções pode abrir caminho para um maior engajamento de organizações humanitárias que atuam no país, incentivando o investimento estrangeiro e o comércio à medida que a Síria busca se reconstruir. O Ministério das Relações Exteriores da Síria saudou a decisão americana como um “passo positivo na direção certa para aliviar o sofrimento humanitário e econômico do país”.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br