Desvendado o Mistério da Divisão Cerebral: Por que seu Cérebro Separa Informações em Hemisférios?

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Contrariando a antiga crença de que o hemisfério esquerdo é puramente lógico e o direito, criativo, uma nova pesquisa revela que a divisão das funções cerebrais é muito mais complexa e eficiente. Cientistas do MIT investigaram como o cérebro divide o trabalho entre os hemisférios, integrando informações e superando desafios para otimizar o processamento. O estudo aprofunda nossa compreensão sobre como percebemos o mundo ao nosso redor.

Apesar dos mitos sobre os “lados” do cérebro, a verdade é que “você pensa com todo o seu cérebro”, como afirma Earl K. Miller, coautor do estudo e professor do MIT. A divisão hemisférica, especialmente no processamento visual, levanta questões importantes: como mantemos a percepção contínua quando os objetos se movem no nosso campo de visão? As informações simplesmente desaparecem de um lado e reaparecem do outro?

A resposta, segundo os pesquisadores, está na otimização da capacidade perceptiva. A divisão hemisférica permite que o cérebro aloque recursos de forma mais eficiente, evitando “pontos cegos” perigosos na percepção. A pesquisa, publicada na revista Neuropsychologia, revela que o cérebro desenvolve recursos neurais separados para cada lado do campo visual como uma estratégia adaptativa.

Curiosamente, a pesquisa desafia a ideia de que a informação visual se mistura completamente no córtex pré-frontal. Mesmo nessa região, considerada de alto nível cognitivo, o cérebro mantém uma preferência pelo hemisfério oposto ao campo visual onde o objeto aparece. Essa descoberta sugere que os hemisférios operam com uma independência surpreendente, mesmo em funções complexas.

As ondas cerebrais fornecem evidências adicionais dessa especialização. A atividade elétrica rápida, medida pelas ondas gama, é mais potente no hemisfério que processa informações visuais do lado oposto. Adicionalmente, estudos comportamentais mostram que a memorização é mais eficiente quando as informações são divididas entre os hemisférios, um fenômeno conhecido como “vantagem bilateral”.

Embora a divisão hemisférica traga benefícios, ela tem seus limites. Por exemplo, acompanhar múltiplos objetos distribuídos em ambos os lados do campo visual pode ser desafiador. É importante notar que essa divisão se aplica principalmente à informação espacial, enquanto características como cor e forma são processadas por ambos os hemisférios.

Apesar da divisão no processamento visual, experimentamos um mundo contínuo e coerente. Miller explica que “experimentamos um mundo perfeito”, porque o cérebro integra as informações de forma tão eficiente que a continuidade é preservada. Essa integração envolve uma transferência de informações entre os hemisférios, semelhante à comunicação entre torres de celular.

Os pesquisadores descobriram que o hemisfério que está prestes a receber a informação visual mostra um aumento de atividade antes mesmo do objeto cruzar a linha média. Além disso, o hemisfério que estava processando a informação mantém sua atividade elevada por um tempo, garantindo que nada se perca na transição. Falhas nessa “passagem de bastão neural” podem estar relacionadas a distúrbios neurológicos e psiquiátricos.

Os autores esperam que uma melhor compreensão da comunicação entre os hemisférios cerebrais possa levar a tratamentos mais eficazes. Corrigir falhas nas redes neurais que conectam diferentes regiões do cérebro pode ser a chave para tratar uma variedade de condições, desde o Alzheimer até o autismo.

Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br

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