A recente elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) reacendeu o debate sobre a condução da política econômica pelo governo. Especialistas ouvidos pela CNN criticam a medida, argumentando que a utilização de um tributo com função primordialmente regulatória para fins de ajuste fiscal demonstra uma falta de preparo para lidar com os desafios econômicos do país.
Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central, classificou a medida como “improviso” e “coisa de gente amadora”. Segundo ele, a busca por recursos via IOF expõe uma falta de conhecimento profundo da economia brasileira.
Sérgio Machado, sócio-gestor da MAG Investimentos, expressou preocupação com o impacto do aumento do IOF sobre o setor produtivo. “Esse tributo, ele simplesmente acaba com a indústria e não vai gerar um real de captação”, afirmou, questionando a eficácia da medida para equilibrar as contas públicas.
O governo espera arrecadar R$ 20 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026 com a elevação do IOF, conforme anunciado no dia 22. No mesmo dia, foi anunciado um congelamento de gastos de R$ 31,3 bilhões, o maior da atual gestão Lula.
Tony Volpon, ex-diretor do Banco Central e colunista da CNN Money, argumenta que a medida reflete a forma como o governo tem conduzido as contas públicas desde o início. Para Marcos Lisboa, ex-presidente do Insper, o país caminha para uma crise econômica grave caso o governo não coordene um ajuste fiscal.
Além das críticas no campo econômico, especialistas apontam para um desgaste político do governo. Lucas Aragão, CEO da Arko Advice, afirma que o governo parece não ter compreendido o papel do Congresso nas políticas públicas. Jeferson Bittencourt, ex-secretário do Tesouro, vê a elevação do IOF como um sintoma desse desgaste.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br