A situação humanitária em Gaza atingiu um nível alarmante, classificado pela ONU como o mais grave desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, há 19 meses. Apesar da retomada limitada da ajuda humanitária, a fome se alastra, e a população enfrenta condições de vida cada vez mais desesperadoras. A comunidade internacional acompanha com crescente preocupação o agravamento da crise no enclave palestino.
Sob crescente pressão global, Israel suspendeu um bloqueio de 11 semanas, permitindo a retomada parcial das operações humanitárias lideradas pela ONU. Adicionalmente, uma nova via de distribuição de ajuda foi estabelecida por meio da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), com apoio dos Estados Unidos e de Israel. Contudo, a eficácia dessas medidas tem sido questionada diante da magnitude das necessidades da população.
Embora a ONU reconheça a importância de qualquer ajuda que chegue à população necessitada, o porta-voz Stephane Dujarric enfatizou que o impacto das entregas até o momento tem sido “muito, muito pequeno”. A organização e diversos grupos humanitários internacionais se recusam a colaborar com a GHF, alegando falta de neutralidade e um modelo de distribuição que pode levar ao deslocamento forçado de palestinos.
Israel, por sua vez, almeja que a ONU trabalhe em coordenação com a GHF, que emprega empresas privadas de segurança e logística dos EUA para transportar a ajuda a Gaza, distribuída por equipes civis em locais designados como seguros. No entanto, o embaixador israelense na ONU, Danny Danon, afirmou que, “no futuro imediato”, Israel permitirá a entrega de ajuda tanto pela ONU quanto pelas operações da GHF.
A ONU relata que, nos últimos 12 dias, apenas cerca de 200 caminhões de ajuda humanitária conseguiram entrar em Gaza, devido à insegurança e às restrições de acesso impostas por Israel. Além disso, há relatos de saques a caminhões e depósitos do Programa Mundial de Alimentos por pessoas desesperadas e famintas. A ONU também critica as limitações israelenses quanto ao tipo de ajuda que pode ser fornecida, como a proibição de refeições prontas para consumo.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br