O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, prestou um breve depoimento de apenas oito minutos ao Supremo Tribunal Federal (STF) como testemunha de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro. A rapidez do depoimento virtual e a postura adotada durante a oitiva geraram comentários no meio político, sendo considerado um momento significativo tanto para Bolsonaro quanto para o próprio governador.
Um ponto que se destacou foi a ausência de questionamentos tanto do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, quanto da Procuradoria-Geral da República (PGR). Essa falta de intervenção contrastou com o que se observa em outros depoimentos conduzidos por Moraes, conhecido por sua postura mais incisiva. Tal fato foi interpretado como um resultado positivo para Tarcísio.
Durante o depoimento, Tarcísio reiterou publicamente sua versão dos fatos. Ele afirmou que Bolsonaro demonstrava “tristeza e resignação” após a derrota nas eleições de 2022 e garantiu nunca ter presenciado ou ouvido falar sobre qualquer plano de golpe ou ação antidemocrática.
Paralelamente, a revelação de que Bolsonaro teria se comunicado com o ex-vice-presidente Hamilton Mourão antes do depoimento deste último gerou novas controvérsias. O PT solicitou à PGR a abertura de uma investigação para apurar se houve tentativa de instruir o depoimento, o que poderia configurar uma tentativa de obstrução da justiça por parte do ex-presidente.
Advogados criminalistas apontam que, caso se confirme a tentativa de Bolsonaro de influenciar o depoimento de Mourão, o ex-presidente poderá enfrentar graves consequências legais. É importante lembrar que Bolsonaro já está sujeito a medidas cautelares que o impedem de se comunicar com alguns dos investigados no processo, em decorrência do inquérito que apura a tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023.
A relação tensa entre Bolsonaro e Mourão durante o governo também veio à tona, evidenciada por declarações do delator Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente. Cid mencionou um suposto monitoramento para verificar possíveis encontros entre Mourão e o ministro Alexandre de Moraes. O desenrolar desses acontecimentos e suas possíveis implicações legais permanecem sob escrutínio, enquanto as investigações sobre os eventos pós-eleitorais de 2022 continuam no STF.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br