Em um movimento audacioso que antecede uma nova rodada de negociações de cessar-fogo, a Ucrânia declarou ter lançado um ataque em larga escala contra bases aéreas russas neste domingo. O ataque ocorre um dia antes das negociações diretas entre os dois países em Istambul, Turquia, onde um possível cessar-fogo será o tema central. Kiev alega que bombardeiros russos foram danificados em quatro bases aéreas distantes da linha de frente, resultando em perdas estimadas em US$ 2 bilhões.
Paralelamente, autoridades ucranianas confirmaram a morte de 12 soldados após um ataque russo a uma base de treinamento. O incidente levou à renúncia do comandante das forças terrestres, Mikhail Drapati, que expressou sentir-se “responsável” pelas baixas. A escalada de hostilidades lança uma sombra sobre as iminentes negociações, aumentando a tensão diplomática.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou que a delegação de seu país será liderada pelo ministro da Defesa, Rustem Umerov. A Turquia sediará a reunião com apoio dos Estados Unidos. De acordo com Kiev, as prioridades da Ucrânia nas negociações incluem um “cessar-fogo completo e incondicional”, a devolução de prisioneiros e o retorno de crianças que, segundo acusações ucranianas, foram levadas ilegalmente pela Rússia.
O Kremlin confirmou a presença de seus representantes no encontro, mas não divulgou suas exigências para um acordo de paz. O presidente russo, Vladimir Putin, recusou a proposta turca de um encontro direto com Zelensky, mantendo a incerteza em torno das perspectivas de um avanço diplomático. A complexidade da situação é ainda agravada pelas alegações de ataques com drones em território russo.
Segundo uma fonte do serviço de segurança ucraniano (SBU), os ataques visavam danificar bombardeiros russos estacionados longe da linha de frente. As bases de Belaya (Sibéria), Olenya (região do Ártico), Ivanovo e Diaguilevo (próximas a Moscou) teriam sido alvos dos ataques. A Rússia confirmou incêndios em algumas aeronaves após ataques com drones e informou a prisão de suspeitos, enquanto governadores regionais russos relataram a presença de drones inimigos e a ativação de sistemas de defesa antiaérea.
Em meio a essa escalada, a Ucrânia foi alvo de 472 drones e sete mísseis russos durante a madrugada, de acordo com a força aérea ucraniana. Além do ataque à base de treinamento, que resultou em 12 mortos e 60 feridos, a Rússia anunciou a tomada da cidade ucraniana de Oleksiivka, na região de Sumy, nordeste do país. O conflito, portanto, intensifica-se em múltiplos fronts, complicando ainda mais as perspectivas de paz.
Fonte: http://jovempan.com.br