Data é oportunidade para refletir e adotar hábitos sustentáveis dentro de casa e também no ambiente escolar. Confira sugestões da pedagoga e diretora da Escola Pedro Apóstolo, Carolina Paschoal
Celebrado em 5 de junho, o Dia Mundial do Meio Ambiente foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de chamar atenção para os desafios ambientais que ameaçam o equilíbrio do planeta. Mais do que uma data simbólica, o momento é um convite para repensar comportamentos e transformar hábitos cotidianos — e isso começa dentro de casa, desde a infância.
Ensinar as crianças a cuidar do meio ambiente é uma forma poderosa de promover a conscientização desde cedo. Ao participar de ações cotidianas e persistentes, elas desenvolvem senso de responsabilidade, empatia pela natureza e a noção de que suas atitudes impactam o mundo à sua volta e o exemplo dos adultos é fundamental nesse processo.
“Quando as crianças vêem seus responsáveis separando o lixo, economizando água ou reutilizando materiais, entendem que sustentabilidade não é um um simples dever, mas um estilo de vida”, destaca a pedagoga e diretora da Escola Pedro Apóstolo, Carolina Paschoal.
Além de ser uma responsabilidade da família, o cuidado com meio ambiente precisa fazer parte do cotidiano escolar. Com o objetivo de promover a conscientização ambiental entre estudantes e famílias, a Escola Pedro Apóstolo desenvolve diversos projetos voltados à sustentabilidade.
Uma das iniciativas ambientais desenvolvidas na Escola é o Programa Desconto Sustentável, que incentiva as famílias a apresentarem alguma ação que é feita em casa e que impacta positivamente no meio ambiente para obter desconto na mensalidade.
Além disso, os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, chamados ODS`S, são constantemente relacionados aos projetos de pesquisa dos alunos ao longo do ano e podem ser trabalhados isoladamente ou simultaneamente. “Trabalhar com os 17 objetivos ao mesmo tempo é incoerente e por isso os alunos e professores escolhem temas específicos, buscam um aprofundamento dentro do que cada um propõe, bem como sempre que possível são inseridos no contexto de vida do estudante”.
A escola é um ambiente de alto consumo, seja individual ou coletivo. Principalmente escolas como a nossa, que trabalham com a metodologia de projetos, utilizam materiais diversificados para sua execução, portanto construímos a prática de transformar excessos em possibilidades. Nossa famílias são engajadas e doam para nosso ateliê materiais que são inseridos nas propostas pedagógicas. Esta é uma possibilidade de desenvolver a consciência ecológica como estimular o processo criativo das crianças por meio de materiais não estruturados.
Outro projeto é a compostagem do resíduo orgânico produzido no ambiente escolar. Este é levado semanalmente por empresa terceirizada para que se transforme em adubo – inclusive os copos de papel, guardanapos e embalagens vegetais. “Desde o início do projeto, mais de 25 toneladas de material foi compostada, uma forma prática e educativa de mostrar às crianças como os resíduos podem voltar à natureza de maneira benéfica. Elas aprendem sobre o processo de transformação do resíduo orgânico em adubo e entendem, na prática, o ciclo do alimento e a importância da destinação correta”, ressalta a pedagoga.
Até mesmo resíduos de materiais escolares, como toquinho de lápis e embalagem de cola, são reciclados. A iniciativa é uma parceria com a empresa Terracycle, que recolhe esse material, e também esponjas de louça trazidas de casa pelas famílias. Com a reciclagem, o resíduo pode ser aproveitado de diversas formas, evitando a contaminação do meio ambiente.
A escola faz parte Pacto Global da ONU que consiste em um movimento global que cria possibilidades para tornar o planeta um lugar mais saudável e justo para todos.
Existem diversos hábitos fáceis de adotar no dia a dia em casa, que podem contribuir muito com a preservação do meio ambiente. Confira abaixo hábitos sustentáveis que podem ser adotados em casa com a participação das crianças:
- Separar o lixo corretamente
Monte uma estação de reciclagem simples e ensine os pequenos a identificar o que é papel, plástico, vidro e metal. Lembre-se de sempre explicar para a criança onde cada material deve ser descartado, facilitando a compreensão. - Economizar água
Fechar a torneira ao escovar os dentes e reduzir o tempo no banho são algumas atitudes que podem ser incorporadas à rotina desde cedo. “Além disso, é importante orientar os filhos sobre a importância desse recurso tão precioso para o planeta, e porque devemos consumir água com responsabilidade”, orienta Carolina. - Evitar o desperdício de alimentos
Aproveitar sobras, planejar compras e ensinar a importância de valorizar o que se tem no prato são ações que fazem uma grande diferença para o aprendizado ambiental das crianças. - Reutilizar materiais
Transformar potes, caixas e garrafas pet em brinquedos ou objetos úteis estimula a criatividade e evita o descarte precoce. “Essa prática também mostra às crianças que com criatividade é possível aproveitar esses resíduos em algo útil que possa ser aproveitado de diversas outras formas”, explica a pedagoga. - Plantar árvores e cultivar plantas
As plantas absorvem dióxido de carbono e produzem oxigênio. Portanto, plantar árvores e cultivar plantas em casa ajuda a melhorar a qualidade do ar e a biodiversidade, além de ser uma forma lúdica e prática de ajudar as crianças a se conectarem com a natureza. - Reduzir o uso de plástico
Hábitos simples como levar sacolas reutilizáveis ao mercado e optar por garrafas e potes duráveis de vidro e metal, por exemplo, são boas práticas que contribuem com a preservação do meio ambiente. Evitar o uso de descartáveis como canudos e embalagens em geral também ajuda as crianças a adotarem esse hábito nas suas vidas quando adultas. - Reaproveitar roupas e brinquedos por meio de trocas
Uma maneira sustentável de consumir de forma sustentável é incentivar a troca de roupas e brinquedos entre amigos e familiares. Além de reduzir o desperdício e o impacto ambiental — especialmente considerando que a indústria têxtil está entre as mais poluentes do mundo —, essa prática estimula a generosidade e o desapego nas crianças, ao mostrar que aquilo que não serve mais para elas pode ser útil para outra pessoa.
