A Rússia reiterou, nesta segunda-feira, suas condições para um cessar-fogo no conflito com a Ucrânia, incluindo a anexação de cerca de 20% do território ucraniano. A exigência foi apresentada durante uma nova rodada de negociações entre os dois países em Istambul, na Turquia, conforme informações divulgadas pelas agências estatais russas Tass, Interfax e RIA Novosti.
A proposta russa, já rejeitada anteriormente por Kiev, inclui o reconhecimento pela Ucrânia da soberania russa sobre as regiões ocupadas da Crimeia, Lugansk, Donetsk, Zaporizhzhia e Kherson. Adicionalmente, Moscou demanda a retirada completa das tropas ucranianas desses territórios.
Além das questões territoriais, o Kremlin impõe outras condições para a cessação das hostilidades. Entre elas, a interrupção do fornecimento de armas e inteligência ocidental à Ucrânia, a realização de eleições, a limitação do tamanho e do poderio bélico das Forças Armadas ucranianas, e a garantia de que o país não possuirá ou abrigará armas nucleares.
Curiosamente, o memorando apresentado pela Rússia não faz menção à exigência, presente em negociações anteriores, de que a Ucrânia abandone suas aspirações de ingressar na Otan. Em contrapartida, Moscou promete a assinatura de um acordo de paz, o fim das sanções econômicas e a retomada das relações comerciais, incluindo o fornecimento de gás russo, caso os termos sejam aceitos.
As negociações ocorrem em um momento de escalada do conflito, marcado por um ataque ucraniano em solo russo que teria destruído dezenas de aeronaves militares. Em resposta, Moscou lançou um dos maiores ataques de drones contra cidades ucranianas desde o início da guerra. Apesar da intensificação dos combates, russos e ucranianos concordaram com uma nova troca de prisioneiros, demonstrando uma rara convergência em meio ao conflito.
Fonte: http://revistaoeste.com
