Uma testemunha chave no caso que investiga suposta trama golpista durante o governo Bolsonaro, Christian Perillier Schneider, declarou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, possuía uma sala no Palácio do Planalto. A informação levanta novas questões sobre a proximidade entre a Abin e o então presidente da República.
Schneider, que depôs em defesa do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, detalhou a rotina de Ramagem. Segundo o depoimento, o então diretor da Abin realizava encontros semanais com Heleno na sede da agência, mas passava a maior parte do tempo despachando no Planalto.
“O diretor Ramagem normalmente tinha um despacho semanal, ordinário, que ocorria ou segunda-feira à tarde ou terça-feira pela manhã com o ministro do GSI, no caso general Heleno”, afirmou Schneider em seu depoimento. “Mas ele possuía uma sala no segundo andar do Palácio do Planalto, onde passava grande parte da semana despachando diretamente do Palácio do Planalto”.
Ainda de acordo com a testemunha, Ramagem participava frequentemente de reuniões com o ex-presidente Jair Bolsonaro no Planalto, muitas vezes sem o conhecimento do GSI. Essa informação reforça a tese de uma possível influência direta de Bolsonaro nas atividades da Abin durante a gestão de Ramagem.
Os vídeos com os depoimentos das testemunhas desse núcleo central da investigação foram disponibilizados pelo STF nesta terça-feira, (3), oferecendo ao público a oportunidade de acompanhar os desdobramentos do caso. A revelação sobre o escritório de Ramagem no Planalto promete gerar novas repercussões e aprofundar as investigações sobre as ações da Abin no governo anterior.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br