O governo de Donald Trump elevou drasticamente as tarifas de importação sobre aço e alumínio para 50%, revertendo a taxa anterior de 25%. A medida, que entrou em vigor nesta quarta-feira, representa um duro golpe para as exportações brasileiras, atualmente o segundo maior fornecedor desses metais para os Estados Unidos. A decisão reacende tensões comerciais e levanta preocupações sobre o futuro das relações bilaterais.
De acordo com uma proclamação da Casa Branca, o aumento das tarifas se justifica pela ineficácia das taxas anteriores em conter a entrada de produtos estrangeiros a preços considerados predatórios. O governo americano argumenta que a medida é crucial para proteger a competitividade das indústrias nacionais de aço e metal, além de salvaguardar a segurança nacional. Essa justificativa ecoa a retórica protecionista que marcou a gestão Trump.
Com a nova tarifa, o Brasil enfrentará um ambiente de negócios ainda mais desafiador. A exceção do Reino Unido, que mantém a tarifa anterior devido a um acordo bilateral, todos os países exportadores estarão sujeitos à taxa de 50%. O impacto será especialmente sentido nas exportações de aço semiacabado, um importante produto da pauta brasileira.
Em 2024, o Brasil se consolidou como o segundo maior fornecedor de aço para os Estados Unidos, respondendo por 16% do total importado, o que gerou um volume de exportações de US$ 2,66 bilhões. “Essa medida impacta diretamente a nossa competitividade no mercado americano”, avalia um especialista do setor, que prefere não se identificar, “e exige uma resposta rápida e estratégica do governo brasileiro”.
Embora tenha liderado as exportações em janeiro deste ano, o Brasil perdeu a primeira posição para o Canadá em março, tanto em volume quanto em valor. Resta saber quais serão as medidas adotadas pelo governo brasileiro para mitigar os efeitos negativos dessa nova política tarifária e defender os interesses da indústria nacional.
Fonte: http://jovempan.com.br
