O mercado financeiro aguarda, com ceticismo, o anúncio de novas medidas fiscais estruturantes pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A promessa, feita em coletiva de imprensa nesta terça-feira (3), reacende a memória de outras iniciativas que geraram grande expectativa, mas entregaram resultados considerados insuficientes.
O histórico recente alimenta a desconfiança. A apresentação do novo arcabouço fiscal, por exemplo, prometia agradar a investidores e empresários, mas o resultado foi a substituição do teto de gastos por uma regra vista como permissiva ao aumento dos gastos públicos. A sensação de decepção persistiu com o chamado “pacote fiscal”, que, segundo analistas, não apresentou cortes significativos e ainda ampliou a isenção do Imposto de Renda sem a devida contrapartida fiscal.
“É impressionante como a história se repete”, observa um especialista do mercado, que prefere não ser identificado. “Em dois dias, duas entrevistas coletivas para o ministro Fernando Haddad dizer que vem coisa boa por aí. Se eles já têm a solução, por que não apresentam logo?”
A estratégia de gerar suspense, segundo fontes, pode estar ligada à indefinição sobre medidas compensatórias para eventuais perdas de arrecadação com as alíquotas do IOF. Enquanto isso, o governo ganha tempo com promessas, repetindo a fórmula utilizada no arcabouço fiscal e no pacote anterior. Resta saber se o novo anúncio romperá o ciclo de expectativas frustradas.
Diante desse cenário, o mercado se prepara para mais um anúncio que pode não corresponder às expectativas. A incerteza paira sobre a capacidade do governo em apresentar soluções concretas e eficazes para equilibrar as contas públicas e impulsionar o crescimento econômico. A conferir.
Fonte: http://jovempan.com.br