A recente condenação do comediante Léo Lins reacendeu a discussão sobre os limites da liberdade de expressão no humor. No programa “O Grande Debate”, da CNN Brasil, o comentarista José Eduardo Cardozo e o empresário Alexis Fonteyne confrontaram opiniões sobre a justiça da sentença de oito anos e três meses imposta a Lins por piadas consideradas preconceituosas.
Cardozo defendeu a decisão judicial, argumentando que o humorista ultrapassou a linha da liberdade de expressão ao constranger e ferir a dignidade de grupos vulneráveis. “O que esse humorista fez foi deixar as pessoas constrangidas. Isso não é liberdade”, enfatizou o comentarista, ressaltando que a proteção à liberdade não pode servir de escudo para ofensas.
Em contrapartida, Alexis Fonteyne classificou a condenação como um ato de censura. Para o empresário, shows de humor são espaços de experimentação e crítica, e a punição de Léo Lins abre um precedente perigoso. “Daqui a pouco o controle será tão grande que podemos chegar ao ponto de proibir programas humorísticos”, alertou Fonteyne.
Fonteyne ainda questionou se humoristas clássicos como Chico Anysio e Jô Soares seriam tolerados nos dias de hoje, diante do que considera um crescente cerceamento da liberdade de expressão. A resposta de Cardozo foi direta: “Ofensa é ofensa. Se eu estiver fazendo um show e cometer um crime, continua sendo um crime.”, reafirmando que o contexto não justifica a prática de atos ilícitos.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br