As tarifas de 50% sobre o aço e alumínio importados pelos Estados Unidos, decretadas pelo ex-presidente Donald Trump, entraram em vigor nesta quarta-feira (4), impactando diretamente as exportações brasileiras. A medida, que dobra as tarifas anteriormente estabelecidas, coloca em risco a posição do Brasil como segundo maior fornecedor de aço para o mercado americano. O governo brasileiro agora avalia as possíveis consequências e estratégias a serem adotadas.
O anúncio das tarifas foi feito por Trump no sábado (31), através de suas redes sociais. “É uma grande honra para mim aumentar as tarifas sobre aço e alumínio de 25% para 50%, a partir de quarta-feira”, escreveu o ex-presidente, defendendo que a medida visa proteger a indústria siderúrgica dos Estados Unidos. A decisão de Trump representa uma significativa mudança no cenário comercial entre os dois países.
Em 2024, o Brasil alcançou um marco, tornando-se o segundo maior fornecedor de aço e ferro para os EUA, com um montante de US$ 4,677 bilhões em produtos. Essa participação representou 14,9% do mercado total de importações americanas de aço e ferro. Agora, essa importante fatia do mercado está sob ameaça, com a imposição das novas tarifas.
Dados do Comex Stat revelam a importância do mercado americano para as siderúrgicas brasileiras. Em 2024, os EUA foram o destino de 47,9% das exportações brasileiras de aço e ferro. A China, o segundo maior comprador, respondeu por apenas 10,7% dos embarques. A dependência do Brasil em relação ao mercado americano torna a imposição das tarifas um desafio significativo.
Diante do impacto das tarifas, o governo brasileiro, através do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), tem enfatizado a importância do diálogo. O vice-presidente Geraldo Alckmin já havia se manifestado sobre as tarifas anteriores, classificando-as como “equivocadas” e defendendo a busca por negociações. O governo brasileiro ainda não se manifestou sobre as novas tarifas.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br
