As exportações brasileiras de carne de frango registraram uma queda de 12,9% em maio, em comparação com o mesmo período do ano anterior. O motivo principal foi a imposição de embargos decorrentes da detecção de um foco de gripe aviária em uma granja comercial. Apesar do impacto, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) avalia que o setor demonstrou resiliência frente a outros países afetados por problemas sanitários similares.
Os dados divulgados pela ABPA nesta sexta-feira mostram que o volume total exportado em maio atingiu 393,4 mil toneladas, abaixo das 451,6 mil toneladas registradas em 2024. A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) já havia sinalizado essa retração ao divulgar os números das vendas externas de frango in natura.
“Mesmo com as suspensões aplicadas por cerca de 20 mercados, incluindo alguns dos principais destinos das exportações de carne de frango, os embarques se mantiveram próximos das 400 mil toneladas”, destacou Ricardo Santin, presidente da ABPA, em nota. Ele acrescentou que o impacto foi proporcionalmente menor em relação à relevância histórica dos países que suspenderam as importações, indicando uma capacidade da indústria em redirecionar as cargas.
A estratégia de redirecionamento tem sido crucial para minimizar as perdas. Alguns importadores importantes, como o Japão, optaram por embargar apenas a carne proveniente da região de Montenegro (RS), onde o foco de gripe aviária foi identificado em maio. Outros países suspenderam as importações de todo o estado do Rio Grande do Sul, o que exigiu que a indústria brasileira atendesse a demanda com produtos de outras regiões.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, defendeu a regionalização dos embargos comerciais, argumentando que, em um país de dimensões continentais como o Brasil, a suspensão total das exportações não se justifica quando o foco da doença está restrito a uma área específica. Apesar disso, algumas nações, como a China, que foi o maior importador em 2024, optaram por embargar a carne de frango de todo o Brasil.
A receita total das exportações de carne de frango em maio atingiu US$ 741,1 milhões, representando uma queda de 9,5% em relação ao mesmo mês do ano anterior. No acumulado de janeiro a maio, o volume exportado alcançou 2,256 milhões de toneladas, um aumento de 4,8% em comparação com o mesmo período de 2024. A receita registrada nos cinco primeiros meses do ano foi de US$ 4,234 bilhões, um avanço de 10,18%.
De acordo com a ABPA, a China, a África do Sul e o México foram os mercados que mais influenciaram o resultado das exportações em maio. As importações chinesas caíram 28%, totalizando 35,8 mil toneladas, enquanto a África do Sul reduziu suas compras em 20,5%, para 25,5 mil toneladas, e o México importou 16,6 mil toneladas, uma queda de 18,8%.
“A queda nos volumes embarcados ocorreu dentro do projetado pelo setor, considerando as suspensões decorrentes após o registro do foco de Influenza Aviária em granja comercial, situação esta que já foi resolvida”, garantiu Santin. Ele ressaltou que, ao mesmo tempo em que alguns mercados retraíram, as exportações para a União Europeia cresceram 46,2%, atingindo 24,8 mil toneladas no mês, impulsionadas por um ritmo elevado de vendas que compensou a autossuspensão aplicada na segunda quinzena de maio.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br
