O mundo da música pop foi surpreendido com a notícia de que Morten Harket, icônico vocalista da banda norueguesa A-ha, foi diagnosticado com a doença de Parkinson. A revelação, feita na última quarta-feira (4/6) através do site oficial da banda, expôs uma batalha silenciosa que o cantor de 65 anos vem travando contra o próprio corpo.
“Esse não é o tipo de notícia que alguém gostaria de dar ao mundo, mas Morten tem doença de Parkinson e tem lutado contra o próprio corpo nos últimos anos”, declarou a banda em comunicado. Harket, por sua vez, explicou que manteve a condição em sigilo para preservar a tranquilidade necessária ao seu trabalho. “Reconhecer o diagnóstico não foi um problema para mim. É a minha necessidade de paz e tranquilidade para trabalhar que tem me impedido. Estou fazendo o melhor que posso para evitar que todo o meu organismo entre em declínio”, desabafou o artista.
A doença de Parkinson é uma condição neurodegenerativa crônica e progressiva que afeta as células cerebrais responsáveis pela produção de dopamina. Estima-se que cerca de 10 milhões de pessoas em todo o mundo convivam com a doença, sendo mais comum em idosos acima de 65 anos, embora possa se manifestar em outras faixas etárias. Os sintomas afetam principalmente as funções motoras, causando lentidão dos movimentos, rigidez muscular e tremores, mas também podem incluir diminuição do olfato, alterações do sono e mudanças de humor.
Os primeiros sinais do Parkinson podem ser sutis e variam de pessoa para pessoa, mas geralmente envolvem lentidão motora, rigidez muscular e tremores em repouso. A progressão dos sintomas pode comprometer a realização de atividades cotidianas básicas, como vestir-se ou caminhar. Em estágios mais avançados, a doença pode causar dificuldades para engolir, aumentando o risco de aspiração e pneumonia, conforme explica o neurologista Matheus Ferreira Gomes, do Hospital Mater Dei Santa Genoveva.
Além dos sintomas motores, o Parkinson pode desencadear variações de humor e distúrbios intestinais. “A doença frequentemente se manifesta por meio de alterações no sono, depressão, ansiedade, fadiga e problemas cognitivos, impactando a saúde mental e o bem-estar emocional”, destaca o neurocirurgião Alander Sobreira, da Rede Oto. Essas manifestações podem levar ao isolamento social, perda de autonomia e um maior risco de quedas, impactando negativamente a qualidade e a expectativa de vida dos pacientes.
O diagnóstico do Parkinson é baseado na avaliação dos sintomas e no exame neurológico, sendo a detecção precoce crucial para um melhor manejo da doença. “Embora não haja cura, intervenções multidisciplinares que incluem medicamentos, fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e, em casos selecionados, tratamento cirúrgico, podem ajudar significativamente a controlar os sintomas e retardar a progressão da doença”, afirma Alander Sobreira. Entre as opções terapêuticas, destacam-se medicamentos e a estimulação cerebral profunda.
Embora a causa exata da doença de Parkinson ainda seja desconhecida, alguns hábitos podem contribuir para proteger a saúde cerebral. A prática regular de atividade física, uma dieta rica em antioxidantes e a manutenção de hábitos saudáveis são importantes. Adicionalmente, evitar a exposição a pesticidas e outros neurotóxicos tem sido associado a um menor risco de desenvolver a doença, finaliza Alander Sobreira.
Fonte: http://www.metropoles.com
