O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, elevou o tom neste sábado, expressando forte insatisfação com a inflação brasileira, que permanece acima da meta estabelecida de 3%. Durante um fórum realizado no Guarujá, ele reiterou o compromisso da autoridade monetária em combater a alta dos preços, evitando, contudo, sinalizar futuros passos do Copom ou prazos para a manutenção das taxas de juros em patamares elevados.
Galípolo reconheceu a evolução no controle inflacionário nas últimas décadas, contrastando o cenário atual com o passado, onde a inflação atingiu picos de 6.700%. “A inflação não está mais em 6.700%, como no passado, mas em 5%, ainda que este nível também traga incômodo”, ponderou, demonstrando que, embora haja progresso, o nível atual ainda é motivo de preocupação.
Em sua análise, o presidente do BC enfatizou a importância da flexibilidade do Copom diante das incertezas econômicas, ressaltando que as decisões da instituição continuam dependentes da análise de dados. Ele relembrou que o país já superou a hiperinflação e garantiu que o Banco Central fará todo o esforço necessário para defender o valor do real.
“O Banco Central não vai abrir mão dessa sua função”, afirmou Galípolo, indicando que a autoridade monetária está atenta e preparada para agir. Ele também observou que a política monetária já se encontra em um patamar restritivo. E quanto à política fiscal, o BC reage à medida que a inflação é impactada pelas incertezas sobre as contas públicas.
Por fim, Galípolo manifestou otimismo em relação ao ajuste fiscal, notando disposição tanto do Legislativo quanto do Executivo em avançar nessa agenda. “Temos que aproveitar esse consenso para conseguir produzir as reformas que são necessárias”, concluiu, mencionando o diálogo positivo com o presidente Lula sobre o tema.
Fonte: http://jovempan.com.br
