A recente instalação de uma base móvel da Polícia Militar na Praça Marechal Deodoro, no coração de São Paulo, promoveu uma mudança no cenário da Cracolândia. A medida, implementada no dia 28, conseguiu inibir a venda e o consumo de drogas na praça, que havia se tornado um ponto de concentração após a dispersão da Rua dos Protestantes em maio. No entanto, a ação não eliminou o problema, apenas o transferiu para outras áreas da região.
Agora, um grupo de usuários e dependentes químicos se concentra sob o Elevado Presidente João Goulart, o Minhocão. Moradores da região relatam que, embora a presença policial tenha diminuído a criminalidade, a situação ainda gera insegurança. “Não sabia como era ter usuários na porta de casa. Agora sei”, desabafa um residente que mora na área há dez anos, refletindo o impacto da mudança em seu cotidiano.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que a base permanecerá na Praça Marechal Deodoro por tempo indeterminado, com o objetivo de “reforçar a presença policial na área para prevenir ações criminosas”. Além disso, a secretaria anunciou a ampliação das bases fixas na região, com sete das onze unidades previstas já em funcionamento e as demais com previsão de entrega até julho.
Moradores e frequentadores também têm relatado a presença de usuários em outros pontos do centro, como na Avenida Duque de Caxias, nos cruzamentos com as ruas Guaianazes e Gusmões. A Prefeitura, por sua vez, afirma que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) realiza patrulhamento constante e preventivo na região, 24 horas por dia.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) declarou que o fluxo de usuários tem diminuído nos últimos meses, graças à atuação conjunta da assistência social, da saúde e das forças de segurança. A dispersão da Rua dos Protestantes, um dos principais focos de concentração, foi impulsionada pela operação na Favela do Moinho, apontada como um centro de distribuição de drogas. Historicamente, o fluxo da Cracolândia é conhecido por sua natureza migratória, mudando de local conforme a atuação das autoridades.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br