Quinze anos após o trágico ataque israelense ao Mavi Marmara, uma nova embarcação, com a ativista Greta Thunberg a bordo, busca romper o bloqueio naval imposto a Gaza. A bordo do Madleen, uma escuna britânica, Greta e outros 11 ativistas levam suprimentos essenciais e planejam denunciar a crescente crise humanitária na região.
A viagem, que tem gerado grande atenção internacional, coloca o governo de Benjamin Netanyahu diante de um dilema estratégico e político. A situação evoca o incidente de 2010 e levanta questões sobre a resposta de Israel à iniciativa humanitária.
“Estamos muito felizes por finalmente estarmos indo, por estarmos navegando”, declarou Greta Thunberg ao The Sunday Times, demonstrando otimismo apesar dos riscos envolvidos. A ativista expressou plena consciência dos perigos, mas reafirmou a importância de agir diante do que descreve como um “genocídio” e uma “injustiça”.
A bordo do Madleen, os ativistas transportam leite em pó, arroz e fraldas, destinados à população sitiada de Gaza. Desde sua partida da Sicília, o navio tem sido monitorado por drones, supostamente de fabricação israelense, segundo a tripulação.
Em um ato de solidariedade, o Madleen resgatou quatro migrantes sudaneses que tentavam escapar da guarda costeira líbia, entregando-os posteriormente às autoridades gregas. Este incidente demonstra a complexidade da situação no Mediterrâneo e a urgência de ações humanitárias.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) emitiram alertas sobre o navio, e veículos da imprensa israelense mencionam a possibilidade de apreensão do Madleen e detenção dos ativistas. “As FDI estão preparadas para uma ampla gama de cenários”, declarou o Exército israelense ao The Times, sinalizando uma postura de cautela e prontidão.
A Freedom Flotilla Coalition, da qual o Madleen faz parte, busca há anos desafiar o bloqueio a Gaza. Caso o navio consiga chegar à Faixa de Gaza, representará uma vitória simbólica importante para o movimento. Contudo, Israel avalia suas opções, considerando tanto a possibilidade de permitir o atracamento quanto a de impedir a aproximação do navio da costa.
Embora inicialmente as autoridades israelenses tenham cogitado permitir que o Madleen atracasse, essa decisão foi revertida. A preocupação central reside em evitar um precedente que possa enfraquecer o bloqueio naval imposto à Faixa de Gaza. A situação permanece tensa, com a previsão de chegada do navio em cerca de uma semana.
Fonte: http://revistaoeste.com