domingo, junho 8, 2025

Centenário da Regra do Impedimento: Como uma Mudança Revolucionou o Futebol Mundial

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O futebol moderno deve muito à ousadia de uma decisão tomada há um século. Em 8 de junho de 1925, a Football Association implementou uma alteração que transformaria o esporte para sempre: a mudança na regra do impedimento. Este domingo marca os 100 anos dessa reunião histórica que abriu as portas para um jogo mais ofensivo e dinâmico.

A alteração, aprovada pela International Football Association Board (IFAB), determinou que apenas dois defensores entre o atacante e o gol seriam necessários para validar sua posição legal. Antes, a exigência de três defensores favorecia sistemas defensivos robustos, resultando em partidas com poucos gols e menos atrativas para o público. A mudança prometia, então, injetar mais emoção nos estádios.

Para avaliar o impacto da nova regra, a IFAB organizou um jogo experimental em Londres, em março de 1925. A simplicidade e eficácia da proposta de reduzir o número de defensores se destacaram em relação a outras alternativas, como a criação de uma linha imaginária para limitar o impedimento.

Os resultados da mudança foram imediatos. A temporada seguinte registrou um aumento significativo na média de gols na liga inglesa, saltando de 2,58 para 3,69 por jogo. Essa transformação tática exigiu novas estratégias, como o inovador sistema WM (3-2-2-3) desenvolvido por Herbert Chapman, do Arsenal, que influenciou gerações de treinadores em toda a Europa.

No Brasil, a regra do impedimento também provocou adaptações notáveis. Em 1951, o técnico Martim Francisco, do América-MG, criou a figura do quarto-zagueiro, uma resposta à vulnerabilidade defensiva exposta pelo sistema WM. Segundo o professor de Educação Física, Eduardo Christmann Cardoso da Silva, técnicos brasileiros como Flávio Costa e Ondino Vieira já haviam experimentado variações táticas após observarem o avanço dos rivais argentinos.

A consolidação do quarto-zagueiro no futebol brasileiro se deu na Copa do Mundo de 1958. Inspirado no técnico húngaro Béla Guttmann, Vicente Feola escalou Orlando Peçanha ao lado de Bellini, o zagueiro central. Essa mudança contribuiu para o equilíbrio da equipe, que, impulsionada pelo talento de Pelé e Garrincha, conquistou o título mundial.

Fonte: http://revistaoeste.com

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