A adaptação às mudanças climáticas apresenta um vasto leque de oportunidades para o setor privado. A diretora-executiva da COP30, Ana Toni, fez um apelo enfático para que as empresas reconheçam o potencial de negócios nesse cenário em transformação, durante sua participação no programa CNN Entrevistas.
Ela ilustrou seu argumento com exemplos concretos: desde o desenvolvimento de sementes mais resilientes e sistemas de irrigação aprimorados na agricultura, até a construção de infraestruturas capazes de resistir a enchentes e desastres naturais. Além disso, Toni destacou o setor de seguros, com a criação de produtos financeiros que ofereçam maior proteção contra as consequências das mudanças climáticas.
“O setor privado ainda foca muito em mitigação, mas já estamos no momento de adaptação”, alertou Ana Toni. “Existe um grande novo ‘business’ surgindo no mundo inteiro, e as empresas precisam estar conscientes para não perderem oportunidades econômicas e se resguardarem dos custos da inação.”
De acordo com a CEO, a adaptação climática deve ser prioridade também nas políticas governamentais, uma vez que as populações mais vulneráveis são as que mais sofrem com os impactos das mudanças no clima. “A mudança do clima é um acelerador de pobreza e desigualdade”, enfatizou Toni, ressaltando a importância de realizar a COP30 em Belém, uma cidade “real”, para evidenciar a dimensão social do problema.
Ana Toni conclui que a tragédia no Rio Grande do Sul é uma prova de que as mudanças climáticas afetam desproporcionalmente os mais vulneráveis. Por isso, ela defende que o tema seja tratado não apenas como uma questão ambiental, mas também social e econômica, demandando ações coordenadas e investimentos estratégicos em adaptação.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br