Aprovado na Câmara, projeto que permite a transferência eletrônica de veículos levanta preocupações sobre segurança digital e possíveis impactos sociais. A medida, inserida em um projeto de lei que visa facilitar o acesso à CNH para pessoas de baixa renda, agora aguarda sanção presidencial.
Embora a proposta seja apresentada como um avanço na modernização dos serviços, especialistas alertam para os riscos inerentes à falta de padrões de segurança robustos. A ausência de criptografia forte, autenticação confiável e auditoria independente pode abrir brechas para fraudes, transferências indevidas e vazamento de dados sensíveis.
A principal crítica reside na permissão do uso de plataformas privadas sem a devida padronização e proteção de dados. “O principal erro é permitir o uso de plataformas privadas sem exigência de padronização, criptografia robusta, autenticação confiável e auditoria independente”, adverte Humberto Luiz Ribeiro, especialista em cibersegurança.
Além das questões de segurança, a medida também suscita preocupações sobre inclusão digital. Ribeiro alerta que idosos, pessoas com baixa familiaridade com a tecnologia ou sem acesso a dispositivos seguros podem ficar mais vulneráveis a golpes e perdas financeiras. “A digitalização mal desenhada pode ampliar desigualdades e causar perdas patrimoniais irreversíveis”, completa.
Aprovada por uma margem estreita, com 214 votos a favor e 204 contra, a emenda da digitalização da vistoria veicular expõe um debate crucial: como modernizar os serviços públicos sem comprometer a segurança dos cidadãos e ampliar as desigualdades sociais.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br