A Ucrânia divulgou, neste sábado, um vídeo que detalha a rota de um dos mais de cem drones utilizados em uma audaciosa operação contra bases militares russas. O ataque, meticulosamente planejado pelo Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) sob o codinome “Teia de Aranha”, demonstra a capacidade ucraniana de atingir alvos estratégicos em profundidade no território russo. A ofensiva resultou na destruição de, pelo menos, 40 aeronaves militares russas.
As imagens divulgadas mostram um drone decolando de uma estrutura camuflada em solo russo e percorrendo áreas rurais e urbanas. O vídeo culmina com o impacto do drone contra um bombardeiro Tu-22 estacionado na base aérea de Irkutsk, na Sibéria Oriental. Segundo a inteligência ucraniana, o voo, condensado no vídeo, durou menos de oito minutos.
De acordo com o SBU, os drones foram controlados remotamente por soldados, mas equipados com um sistema de navegação suplementar baseado em inteligência artificial. Esse sistema permitiu que os drones atingissem seus alvos mesmo em caso de perda de conexão com os operadores. Sensores de impacto garantiram a detonação das cargas explosivas ao alcançarem os alvos.
A ousadia do ataque, realizado a mais de 4 mil quilômetros da linha de frente, exigiu uma logística complexa. Os drones foram transportados secretamente em caminhões, escondidos em contêineres modificados, infiltrando-se na Rússia ao longo de semanas. Esses contêineres foram adaptados para a liberação remota dos drones, que decolaram silenciosamente próximos às bases militares, burlando os sistemas de defesa aérea russos.
Fontes da inteligência ucraniana, citadas pelo Financial Times, estimam que cerca de 35% da frota estratégica de bombardeiros russos foi atingida. Entre as aeronaves destruídas, estão os bombardeiros Tu-22M, Tu-95 e a aeronave de alerta aéreo antecipado A-50. A inteligência estima que o prejuízo total gire em torno de US$ 7 bilhões, considerando o valor logístico e estratégico das aeronaves.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, celebrou o sucesso da operação, classificando-a como “a mais ambiciosa” já realizada pela inteligência do país. “O inimigo subestimou nossa capacidade de responder com criatividade e precisão”, afirmou Zelensky. Segundo o governo ucraniano, os Estados Unidos e outros aliados da OTAN não foram informados previamente para garantir o sigilo da operação.
Moscou reagiu com indignação, acusando a Ucrânia de “terrorismo”. O Ministério da Defesa russo confirmou os ataques a quatro bases aéreas na região de Irkutsk e reportou danos a hangares e pistas. A Ucrânia, por sua vez, divulgou vídeos adicionais mostrando drones atingindo alvos em diversas bases, exibindo explosões e colunas de fumaça.
Fonte: http://revistaoeste.com