Um paradoxo no mercado farmacêutico brasileiro chama a atenção: entre abril de 2024 e março de 2025, o volume de vendas de medicamentos para hipertensão registrou um aumento significativo de 26%. No entanto, essa alta não se refletiu no faturamento do setor, que apresentou uma queda de 3% no mesmo período, indicando uma possível mudança no comportamento do consumidor.
Os dados, provenientes de um levantamento da Interplayers, empresa especializada no setor farmacêutico, consideraram as vendas diretas e aquelas realizadas através de programas de fidelização. A análise desse cenário aponta para uma tendência de pacientes buscando opções de tratamento mais acessíveis, impactando diretamente a receita das empresas.
Segundo Tales Godoy, diretor de Data & Analytics da ECS, parceira da Interplayers, “O crescimento no volume de vendas pode indicar maior adesão ao tratamento, mas a queda no faturamento sugere que os consumidores estão buscando alternativas mais acessíveis, como medicamentos genéricos ou programas de desconto”. Essa busca por economia, impulsionada talvez pela conscientização sobre a doença e a necessidade de tratamento contínuo, remodela a dinâmica do mercado.
Essa tendência se confirmou nos primeiros três meses de 2024, com uma retração de 1% no volume de medicamentos vendidos e uma queda ainda mais expressiva, de 9%, no faturamento. O cenário nacional, contudo, esconde disparidades regionais importantes, com alguns estados apresentando desempenhos divergentes.
São Paulo e Rio de Janeiro, que juntos representam 35% das vendas nacionais de medicamentos para hipertensão, mostraram resultados abaixo da média. Em contrapartida, o Maranhão desafiou a tendência nacional, registrando um crescimento de 12% nas vendas do primeiro trimestre e 4% no acumulado dos últimos 12 meses, demonstrando a complexidade do mercado farmacêutico no país.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br