Em depoimento ao STF, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, lançou nova luz sobre o papel do ex-presidente nos acampamentos em frente a instalações militares após as eleições de 2022. Segundo Cid, Bolsonaro teria afirmado que não havia convocado os manifestantes e, portanto, não os faria sair. A declaração agita o cenário político e jurídico, no contexto da investigação sobre a tentativa de golpe.
A revelação ocorreu durante um questionamento do advogado de Bolsonaro, Celso Vilardi. Cid relatou a resposta de Bolsonaro: “Um dia, ele deu a seguinte resposta: ‘Não fui eu que chamei eles aqui, não sou eu que vou mandar eles embora’”. A fala sugere uma postura de omissão do ex-presidente em relação aos atos que contestavam o resultado eleitoral.
De acordo com o relato de Cid, Bolsonaro nunca teria mobilizado os manifestantes, mas também se absteve de ordenar a desmobilização. Essa postura ambígua é central na investigação que apura a responsabilidade do ex-presidente em relação aos eventos que culminaram nos atos de 8 de janeiro. A Procuradoria-Geral da República (PGR) apura a possível participação de Bolsonaro em uma trama para subverter o resultado das eleições.
Mauro Cid é réu na ação penal que investiga o suposto plano golpista e é considerado peça-chave no caso. Ele está entre os acusados de integrar o “núcleo crucial” da tentativa de golpe contra o resultado da eleição presidencial de 2022. O depoimento de Cid, como delator no processo, é o primeiro a ser colhido, gerando grande expectativa sobre os próximos desdobramentos da investigação.
O interrogatório de Mauro Cid ocorreu na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (9), marcando o início de uma fase crucial na apuração dos fatos. A expectativa é que o depoimento do ex-ajudante de ordens contribua para esclarecer o papel de cada um dos envolvidos no suposto plano golpista e suas consequências para a democracia brasileira.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br