Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid, peça-chave na investigação sobre a alegada trama golpista, declarou que o ex-presidente Jair Bolsonaro depositava “grande expectativa” na descoberta de fraudes nas urnas eletrônicas nas eleições de 2022. A revelação foi feita durante o interrogatório conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, na Primeira Turma do STF.
Segundo Cid, a busca incessante por irregularidades nas urnas tinha como objetivo principal questionar a legitimidade do pleito e, possivelmente, mobilizar as Forças Armadas. “Com fraude na urna você poderia convencer os militares dizendo que a reação foi fraudada, alguma coisa, e aí talvez a situação mudasse”, afirmou o tenente-coronel, detalhando a estratégia que visava alterar o resultado eleitoral.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também questionou Cid sobre uma foto de uma suposta minuta do golpe, na qual parte do documento estava encoberta. Cid alegou não se recordar de quem enviou a imagem e classificou o texto como “muito mal escrito”, ressaltando que recebeu o documento apenas em formato digital.
O depoimento de Mauro Cid é crucial para aprofundar as investigações sobre o núcleo central acusado de planejar um golpe de Estado para anular as eleições de 2022. O interrogatório, que continua em andamento, busca esclarecer o papel de cada envolvido na suposta articulação e seus objetivos.
Fonte: http://www.metropoles.com
