O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, iniciou seu depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF) em um julgamento crucial que apura a existência de um plano para subverter o resultado das eleições de 2022. Cid, peça-chave nas investigações, figura como réu na ação penal, ao lado de outros sete indivíduos apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como o “núcleo crucial” da trama.
Por ter firmado acordo de delação premiada, Mauro Cid é o primeiro a ser interrogado no processo. A expectativa é que seu depoimento detalhe o suposto planejamento e a execução da tentativa de golpe, além de explicitar o papel de cada um dos envolvidos, inclusive o do ex-presidente Bolsonaro.
A denúncia da PGR aponta que Cid disseminou desinformação sobre as urnas eletrônicas, mesmo sem encontrar provas de fraude. O tenente-coronel também revelou reuniões sobre o plano golpista e a entrega a Bolsonaro de uma minuta de decreto golpista por Filipe Martins.
Em depoimento à Polícia Federal (PF), Cid afirmou que Bolsonaro fez ajustes na minuta, que passaria a prever a prisão do ministro Alexandre de Moraes e a realização de nova eleição. Segundo a PGR, Cid atuou para cooptar subordinados do então comandante do Exército, Freire Gomes, buscando apoio para a ruptura institucional.
Diante da colaboração de Cid com as investigações, o caso ganha novos contornos e a expectativa é que seu depoimento ao STF revele detalhes cruciais sobre a tentativa de golpe. A PGR denunciou Cid por crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, evidenciando a gravidade das acusações que pesam sobre o ex-ajudante de ordens.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br