As alternativas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), apresentadas pelo governo, tendem a encarecer o acesso ao capital no Brasil. A avaliação é de Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter, que prevê um impacto negativo nas taxas de empréstimos e financiamentos.
O anúncio das medidas, feito após reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e líderes partidários, inclui a taxação de apostas esportivas e o fim da isenção sobre rendimentos de LCIs e LCAs. Segundo Vitória, a estratégia do governo recai sobre o aumento de impostos, especialmente no setor financeiro e sobre a renda fixa.
“Mais uma vez, as medidas se concentram em aumento de impostos… O movimento tende a elevar ainda mais o custo de capital no Brasil, principalmente porque seguimos sem a perspectiva de corte de juros no curto prazo”, ressalta a economista, enfatizando a ausência de alívio no cenário das taxas de juros.
A especialista também expressa preocupação com a trajetória da dívida pública, que continua sendo um ponto sensível para o governo. Para ela, as medidas propostas não atacam o problema do crescimento da dívida, apenas oferecendo soluções paliativas.
“A ausência de medidas estruturais de controle do crescimento dos gastos mostra a dificuldade do caminho mais crível para o ajuste fiscal duradouro”, argumenta. Vitória finaliza alertando para o risco fiscal persistente, que mantém os juros elevados e limita o crescimento econômico.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br