A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de aprovar o Mounjaro para o tratamento da obesidade, expandindo as opções terapêuticas disponíveis no país. Anteriormente autorizado para diabetes tipo 2, o medicamento já era utilizado, de forma não oficial, para auxiliar na perda de peso. A aprovação formaliza seu uso para pacientes obesos que apresentem comorbidades como hipertensão ou colesterol alto, marcando um avanço significativo no tratamento da obesidade no Brasil.
O Mounjaro, administrado via caneta injetável semanalmente, contém tirzepatida como princípio ativo. Fabricado pela Eli Lilly, o medicamento demonstrou resultados notáveis em estudos clínicos, com redução de até 25% do peso corporal. Esse índice é um dos maiores já observados entre as terapias aprovadas no Brasil para essa finalidade. A aprovação da Anvisa representa uma nova esperança para pacientes que lutam contra a obesidade e suas complicações.
Além do Mounjaro, outras canetas injetáveis também estão disponíveis no mercado, cada uma com suas particularidades. O Wegovy, por exemplo, também utiliza a semaglutida como princípio ativo e é especificamente indicado para o tratamento da obesidade. Já o Ozempic, embora contenha o mesmo princípio ativo, é destinado ao controle da diabetes tipo 2, mas frequentemente utilizado de forma off-label para emagrecimento, uma prática que gera preocupação entre especialistas.
Victoza e Saxenda, por sua vez, contêm liraglutida, uma das primeiras substâncias a ativar os receptores de GLP-1. Embora inicialmente desenvolvidas para o tratamento da diabetes tipo 2, estudos mostram que elas também podem levar a uma perda de peso modesta, cerca de 6% em seis meses. “O futuro destes remédios no Brasil parece promissor, mas exige um equilíbrio entre inovação, acesso e segurança”, comenta a endocrinologista Alessandra Rascovski, diretora clínica da Atma Soma.
O diferencial do Mounjaro e do Wegovy reside nas dosagens mais elevadas e na capacidade de promover uma perda de peso mais expressiva e sustentável. No caso do Mounjaro, a tirzepatida imita a ação de dois hormônios ligados ao controle do apetite e da glicemia. Apesar da aprovação da Anvisa, o acesso ao Mounjaro ainda enfrenta desafios, como o custo elevado e a alta demanda global, com doses que podem chegar a R$ 1,8 mil por mês.
Fonte: http://www.metropoles.com
