Ondas de calor, sudorese noturna e transpiração excessiva são queixas comuns entre mulheres na menopausa. No entanto, novas pesquisas indicam que a intensidade desses sintomas vasomotores pode ser exacerbada em mulheres com obesidade.
De acordo com a endocrinologista Cecília Halpern, presente no 21º Congresso Brasileiro de Obesidade e Síndrome Metabólica, há uma clara relação entre a gravidade dos fogachos e a obesidade, especialmente a obesidade visceral. Essa observação lança luz sobre a importância do controle do peso durante essa fase da vida.
Uma das teorias sugere que o tecido adiposo atua como um isolante térmico, dificultando a dissipação do calor corporal e intensificando as ondas de calor. Adicionalmente, a obesidade, por ser uma condição inflamatória, pode desregular os mecanismos hipotalâmicos de termorregulação.
A boa notícia é que a adoção de um estilo de vida saudável e a consequente perda de peso podem trazer alívio significativo. “Devemos incentivar a perda de peso para mulheres com obesidade que não podem ou que optam por não fazer reposição hormonal, e também para aquelas que fazem, como forma de potencializar a melhora dos sintomas clínicos”, ressalta Cecília.
Estudos corroboram essa ligação. Uma pesquisa brasileira revelou que mulheres com síndromes metabólicas apresentam um risco 16% maior de desenvolver sintomas vasomotores. Da mesma forma, um estudo chinês observou que a gravidade desses sintomas era maior em participantes com IMC e gordura visceral mais elevados.
A perda de peso não beneficia apenas os fogachos. Também reduz a ocorrência de incontinência urinária, melhora a qualidade do sono e alivia queixas articulares. Para otimizar esses resultados, recomenda-se uma dieta rica em fibras e com teor de gordura inferior a 20%. “A intervenção dietética, independentemente da perda de peso, mostra a melhora dos sintomas”, conclui Cecília.
Fonte: http://www.metropoles.com