As tradicionais festas juninas, celebradas em homenagem a Santo Antônio, São Pedro e São João, prometem aquecer a economia brasileira em junho. Projeções indicam que as festividades devem injetar cerca de R$ 7,4 bilhões no mercado, impulsionando principalmente os setores de comércio e turismo.
O impacto econômico se concentra nos segmentos de alimentos e vestuário, com destaque para a região Nordeste. A professora de Economia da PUC-SP, Cristina de Mello, ressalta que a movimentação financeira beneficia especialmente a população com menor escolaridade nas regiões Norte e Nordeste.
A professora Cristina de Mello explica que as festas juninas representam uma extensa cadeia produtiva que abrange desde o turismo até a economia criativa, gerando empregos temporários e renda para trabalhadores informais. “É uma cadeia extensa que engloba turismo, alimentos, costura, economia criativa, entre outros. Os impactos, portanto, não se resumem à renda. Há crescimento importante na oferta de empregos temporários e geração de renda para informais”, afirma a especialista.
A Fecomércio São Paulo destaca que o varejo alimentício é o mais beneficiado, com pequenos consumidores buscando ingredientes para as comidas típicas. Já no setor de vestuário, a procura por roupas tradicionais e artesanato impulsiona as vendas, tanto em lojas quanto diretamente com artesãos.
De acordo com dados da Serasa e do Instituto Opinion Box, 65% dos brasileiros participam das festas juninas, seja em suas cidades ou viajando para outros municípios e estados. O sócio-diretor da consultoria Gouvêa Malls, Luis Alberto Marinho, enfatiza o impacto significativo no Nordeste, especialmente em cidades como Campina Grande e Caruaru. “Em Campina Grande, Caruaru e outras capitais da festa junina, nós temos visto um impacto grande para empreendedores, varejistas e centros comerciais”, destaca Marinho.
Especialistas apontam que o investimento em infraestrutura e parcerias com marcas são cruciais para expandir o potencial econômico das festas juninas. A tecnologia também pode desempenhar um papel importante, conectando consumidores a produtos e serviços oferecidos nas festividades, segundo Renato Avelar, sócio e co-CEO da A&EIGHT.
A professora Cristina de Mello pondera que é fundamental equilibrar a tradição com a inovação tecnológica para atender às diferentes expectativas dos consumidores. “É uma manifestação cultural, mas há uma resistência à transformação nesses casos. A questão é equilibrar quem busca experiências modernas e quem busca experiências mais tradicionais”, finaliza.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br
