A ativista climática sueca Greta Thunberg foi deportada de Israel nesta terça-feira (10), em um voo com destino à França. A decisão ocorreu após sua detenção, juntamente com outros ativistas, pelo exército israelense enquanto tentavam levar ajuda humanitária para a Faixa de Gaza a bordo de um navio.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel confirmou a deportação através de uma publicação no X, acompanhada de fotos de Thunberg dentro do avião. “Greta Thunberg acaba de partir de Israel em um voo para a Suécia (via França)”, dizia a postagem, sinalizando o fim da breve passagem da ativista pelo país.
Thunberg, conhecida por sua militância ambiental e por evitar viagens aéreas, já havia cruzado o Atlântico de barco para participar de uma conferência sobre o clima em Nova York, em 2019. Sua tentativa de furar o bloqueio a Gaza demonstra seu engajamento em causas humanitárias além da crise climática.
Outros ativistas detidos junto com Thunberg também enfrentam a deportação. Segundo o Ministro das Relações Exteriores da França, cinco cidadãos franceses que estavam a bordo do navio Madleen se recusaram a concordar com a partida voluntária e serão deportados.
Entre os detidos está Rima Hassan, deputada do Parlamento Europeu. Delphine Colard, porta-voz do Parlamento Europeu, informou que o presidente da instituição manteve contato constante com as autoridades israelenses para garantir a segurança de Hassan e dos demais ativistas.
A embarcação fazia parte da Coalizão Flotilha da Liberdade, que luta contra o bloqueio israelense a Gaza. A organização afirmou que o navio foi “atacado” e “abordado ilegalmente” por militares israelenses enquanto tentava entregar ajuda humanitária.
A Faixa de Gaza enfrenta uma grave crise humanitária, agravada por mais de 600 dias de conflito e um bloqueio que já dura 11 semanas. A Anistia Internacional condenou a detenção dos ativistas, afirmando que a operação israelense viola o direito internacional e coloca em risco a segurança das pessoas a bordo.
Israel, por sua vez, declarou à CNN que está impedindo a entrada de todas as embarcações na Faixa de Gaza, “conforme o direito internacional”. O governo israelense já havia prometido impedir a chegada do navio, descrevendo-o como um “iate para selfies” transportando “celebridades”.
Embora Israel tenha permitido a entrada de ajuda em pequena escala em Gaza no final de maio, organizações humanitárias alertam que a quantidade é insuficiente. Um relatório apoiado pela ONU revelou que uma em cada cinco pessoas na região enfrenta a fome, evidenciando a necessidade urgente de assistência humanitária.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br